|
Museu
do Açude

O Museu do Açude tem como
proposta relacionar o patrimônio cultural ao natural e privilegiar as artes
decorativas. Expõe peças de mobiliário, escultura e cerâmica oriental, prataria
e cristais, arte popular brasileira, além dos painéis de azulejos e da coleção
de cerâmica do Porto.
O hábito de colecionar de Raymundo Ottoni de Castro
Maya tem sua origem nas coleções de moedas, livros e objetos de arte de seu pai.
Entre 1920 e 1968, descobriu, colecionou e adquiriu a quase totalidade dos
objetos que hoje compõem o acervo dos Museus Castro Maya (Chácara do Céu e Museu
do Açude) e que somam aproximadamente 22 mil itens, entre peças, livros e
documentos.
Sua atividade como colecionador, iniciada e desenvolvida num
período em que, no Brasil, inexistiam galerias de arte e começavam a surgir os
primeiros marchands, durou quase 50 anos. As coleções por ele reunidas e que
hoje formam o acervo dos Museus, carrega a marca do ineditismo e da
peculiaridade.
A partir de 1999, sob a curadoria de Marcio Doctors, foi
criado o Espaço de Instalações Permanentes do Museu do Açude, projeto cultural
com características inéditas no Brasil, cujo perfil acompanha uma tendência
internacional de transformar grandes espaços públicos em museus a céu aberto -
um circuito expositivo ao ar livre, cuja idéia é relacionar o vigor da produção
contemporânea da arte brasileira à paisagem natural do entorno do Museu do
Açude. Integram este circuito as obras de Iole de Freitas, Anna Maria Maiolino,
Helio Oiticica, Lygia Pape, Nuno Ramos, José Rezende, Piotr Uklanski e Eduardo
Coimbra.
Ao herdar a propriedade do Açude, adquirida por seu pai em 1913,
Raymundo Ottoni de Castro Maya acrescentou-lhe arcadas e beirais de telhas de
louça policromada portuguesa, dando-lhe uma fisionomia de residência
neocolonial. No interior da casa, na varanda que a circunda, nos jardins e seus
pavilhões, destacam-se painéis de azulejos portugueses barrocos, rococós e
neoclássicos, provenientes de Lisboa, Salvador e São Luís do Maranhão, além de
revestimentos de azulejos de padrão portugueses, franceses e holandeses dos
séculos XVII ao XIX. Esse conjunto singular permite uma visão ampla da história
da azulejaria no Brasil.
Em 1940, Castro Maya adquiriu mais 40 mil metros
quadrados e o terreno, localizado no Parque Nacional da Tijuca, passou a ter a
área atual de 151.132 metros quadrados. Ainda nesse período, construiu um
pavilhão especialmente para abrigar a coleção de aquarelas e desenhos do pintor
francês Jean Baptiste Debret. Do mesmo modo, surgiu o Jardim-de-Inverno para
exibir um grande painel de azulejos neoclássicos, da época de D. Maria I de
Portugal.
Por volta dos anos 60, quando da criação do Museu do Açude, as
instalações que serviam de cavalariça tiveram seu espaço adaptado para exibir o
restante do acervo de aquarelas e gravuras oitocentistas da Coleção Castro Maya.
Na fachada do pátio, encontram-se aplicados painéis de azulejos que retratam
alabardeiros.
No
andar térreo da casa principal mantiveram-se como espaços ambientados a sala de
jantar, a cozinha e o lavatório, destinando-se as demais salas para exposição de
mobiliário, escultura e cerâmica oriental, prataria e cristais, além de
exemplares de arte popular brasileira. O segundo piso alterna peças de
mobiliário nacional e estrangeiro com figuras de jardim, vasos e telhas de
cerâmica portuguesa, sendo também utilizado como galeria para exposições
temporárias de artes decorativas. Os pavilhões externos são usados para a
promoção de atividades didáticas, culturais e de lazer.
A coleção de arte
oriental reunida por Castro Maya, anteriormente exposta em ambos os museus e
agora ambientada no Museu do Açude, guarda esses exemplares raros de escultura
chinesa, indiana e indochinesa, bem como de porcelanas de procedências diversas.
Os jardins formais são de inspiração portuguesa, construídos em forma de
diversos terraços
ligados
por escadarias. Nas suas fontes, chafarizes, bicas e espelho d'água, bancos e
piscina distribuem-se os azulejos e as peças de louça do Porto. São vasos,
estátuas, pinhas, globos e leões de gosto neoclássico, provenientes de
demolições ou encomendados às fábricas de Santo Antônio do Porto, Portugal.
Inclui, ainda, como é comum nas quintas lusas, pomar e horta.
A grande
quantidade de plantas ornamentais que florescem nas diversas estações forma um
microssistema muito bem equilibrado. A área do bosque, recortada por trilhas,
faz parte do Parque Nacional da Tijuca, com o qual se limita. É um pedaço de
floresta tropical úmida dentro de área urbana, que sofrera grandes devastações
no começo do século XVIII e passou por experiências bem-sucedidas de
reflorestamento a partir de meados do século XIX. A sua aparência é a de uma
floresta sempre verde, densa e intricada, com enorme diversidade vegetal e
animal.
Pelo Bosque do Museu do Açude há Caminhadas Ecológicas
orientadas, nos finais de semana, com agendamento prévio.
Exposições
*
Pavilhão de recepção - Recepção ao visitante, loja de souvenirs e exposição
"Retratos de Raymundo", cujo objetivo é apresentar o mecenas Raymundo Ottoni de
Castro Maya: a vida privada, o colecionador, o ecologista, o anfitrião, o
empresário e o esportista. * Casa principal - No primeiro piso está a coleção
de arte oriental e a reconstituição da Cozinha e da Sala de Jantar, como eram
dispostas no passado, a fim de aludir à dimensão memorial do espaço e propor o
diálogo entre o museu-casa e a casa que virou museu. No segundo piso está a
Reserva Técnica Visitável. * Galeria Debret - anteriormente, espaço dedicado a
apresentar as obras do artista francês Jean-Baptiste Debret, transferidas na
década de 1990 para o Museu da Chácara do Céu. Hoje, apresenta a mostra de
matrizes de litografia usadas como na estamparia dos produtos das indústrias
alimentícias de Castro Maya. Todas elas fazem parte da coleção das 478 pedras
litográficas pertencentes aos Museus Castro Maya, oriundas da Estamparia
Colombo, adquirida por Raymundo em 1956. * Galeria Rugendas - a exposição
"Paisagem e Patrimônio" retrata o envolvimento de Castro Maya com a natureza em
duas dimensões: * Colecionador de imagens sobre a paisagem natural do Rio de
Janeiro - imagens reproduzidas a partir do acervo dos Museus Castro Maya, que
revelam a primorosa iconografia de obras dos artistas viajantes europeus do séc.
XIX. * Administrador da Floresta da Tijuca de 1943 a 1946 - série de
fotografias em preto e branco, que serviram de registro para o seu trabalho de
recuperação das áreas degradadas da Floresta da Tijuca. * Circuito de Arte
Contemporânea - criado em 1999 um circuito museológico ao ar livre - "Espaço de
Instalações Permanentes" - com as obras dos artistas contemporâneos Anna Maria
Maiolino, Eduardo Coimbra, Helio Oiticica, Iole de Freitas, Lygia Pape, Nuno
Ramos e Piotr Uklanski. Em 2016 o "Circuito de Arte Contemporânea" inaugurou
as obras de Angelo Venosa, José Resende e Waltercio Caldas, tornando-se assim a
maior galeria de arte contemporânea[8] ao ar livre do Rio de Janeiro.
* Projetos Temporários - exposições temporárias de obras de artistas
contemporâneos no espaço externo do Museu.
Outros Atributos O Museu
comporta ainda a promoção de espetáculos de dança, música, brunches
culturais, teatro e demais manifestações artísticas ao ar livre.

Museu do Açude
- Estrada do Açude, 764 - Alto da Boa Vista (55) 21 3433-4990 / (21)
2492-5443 /2492-2119 Horários de visita - De quinta a domingo, das 11h às
17h. Entrada franca às quintas-feiras. Fecha nos feriados e dias santos.
Acesso gratuito para menores de 12 anos, brasileiros com mais de 65 anos, grupos
escolares, professores e guias turísticos em serviço, membros do ICOM e da
Associação dos Amigos do Museu. Loja de Produtos Culturais - livros de arte,
cartões postais e camisetas
Como chegar ao Museu do Açude: de ônibus
do Centro e da Barra da Tijuca - Linhas nº 221, 225, 233 e 234. Saltar na Rua
Boa Vista, próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros. de carro - por São
Conrado, subir a Estrada das Canoas
pelaTijuca, subir pela Av. Edson Passos Estacionamento gratuito no próprio
Museu do Açude
Direitos autorais reservados.

Direção e Editoria
Irene Serra
|