16/09/2024
Ano 27
Semana 1.383

 


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Theatro Municipal



Um dos mais bonitos prédios do Rio de Janeiro, localizado na Praça Floriano, conhecida como Cinelândia, no centro da cidade, o Theatro Municipal é a principal casa de espetáculos do Brasil e uma das mais importantes da América do Sul.

Foi inaugurado em 14 de julho de 1909 e, desde então, vem oferecendo vasta e seleta programação de peças, comédias, dramas, música, ópera e dança, com celebridades nacionais e internacionais.

Seu projeto arquitetônico foi de Francisco de Oliveira Passos, com a colaboração de Albert Guilbert, que se inspiraram na Ópera de Paris, construída por Charles Garnier.
Todo o material usado na construção foi importado da Europa: mármores, ônix, bronze, cristais, espelhos, mosaicos, vitrais, maquinaria de palco, etc.
Artistas brasileiros como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e Rodolfo Bernardelli criaram as pinturas e as esculturas.

A imponência do prédio está nas grandes colunas coríntias de mármore de Carrara na parte central e nas menores que ficam nas laterais, que harmonizam com perfeição as linhas clássicas com a decoração barroca.

A escada principal dá acesso para o pavimento nobre onde se encontram o foyer, os camarotes, as poltronas do balcão nobre e as duas loggie laterais do teatro.
Esta famosa escada, que quebra após o primeiro lance, abrindo-se em dois lances para os lados, é toda feita em dois tipos de ônix, bronzes dourados e cristais.
Para ela se abrem as balaustradas dos pavimentos superiores sendo que as do primeiro são do mesmo material da escada, enquanto que as dos demais pavimentos são em ferro fundido e mármore. Em seu topo uma estátua de mármore de Jean Antoine Injalbert representando “A Verdade”.
Dela se passa ao foyer, todo decorado no estilo Luiz XVI, onde duas obras de arte chamam a atenção: os três preciosos vitrais que Fuerstein e Fugel criaram em Stutgart e a abóbada pintada por Eliseu Visconti de 1913 a 1916. Nas duas rotundas há que admirar os tetos, de autoria de Henrique Bernardelli, de 1908, e os painéis, com cenas de danças de diversos países, pintados em 1916 por Rodolpho Amoedo.

Nesta andar se abrem as duas belas loggie com magníficos tetos em cerâmica, pisos de mosaico veneziano e seus balcões de mármore debruçados sobre a rua.




Na loja da Avenida Rio Branco, um painel de cerâmica representa “A Dança Moderna”, feito em Paris. Seu equivalente, do lado da Avenida Treze de Maio, que representava “A Dança Antiga” perdeu-se após uma das reforma que o teatro sofreu. Para estas loggie abrem-se os cinco balcões existentes nos corredores do balcão simples.

Na sala de espetáculos, vemos uma das maravilhas do teatro, o grande lustre central, todo em bronze dourado e com suas 118 lâmpadas com mangas e pingentes de cristal, circundado pela dança de “As Oreadas”, uma das obras-primas de Visconti.


Só na década de 1930, o Municipal passou a ter seus próprios corpos artísticos: orquestra, coro e ballet que continuam em plena atividade.
O Coro do Theatro Municipal foi formado em 1934. O Corpo de Baile e a Orquestra do Theatro Municipal foram formados em 1936. Desde então têm atuado em eventos no próprio Theatro e em temporadas internacionais.

Antes, predominavam as companhias estrangeiras, principalmente, as italianas e as francesas. Atualmente, em seu vasto palco, alternam-se espetáculos trazidos por empresários e espetáculos nacionais. O objetivo é sempre a melhor qualidade.

Embora continue vinculado à Secretaria Estadual de Cultura, o Municipal, desde dezembro de 1987, passou a ser Fundação, o que lhe permite receber doações de empresas e pessoas e ter uma ativa Associação de Amigos que tem sido de notável importância para renovação do material e organização de temporadas.

A reforma executada em 2010 - o Theatro Municipal foi reinaugurado no dia 27/05 - foi a quarta desde a inauguração, em 1909.
Sem interferir na estética, o palco recebeu um elevador para o piano (para evitar que a peça destoe) e todos os equipamentos usados no cenário são controlados por um software instalado pela mesma empresa austríaca que equipou o teatro La Fenice, em Veneza, e o Staatsoper, em Berlim.
A restauração das paredes trouxe à tona obras feitas há 80 anos, cobertas por reformas e até mesmo pelo pó.
Outra surpresa foi a descoberta de uma passagem secreta.

A primeira reforma, em 1934, ampliou a sala de espetáculos. Em 1975, foi feita uma obra de restauração que durou três anos e resultou em medidas para preservar as instalações da casa, como a proibição dos bailes de carnaval, que até então aconteciam no local. A terceira reforma foi realizada na década de 80.

Na sua história centenária, o Municipal apresentou artistas de primeira grandeza como Richard Strauss, Toscanini, Stravinsky, Vaslav Nijinsky, Isadora Duncan, Pietro Mascagni, Anna Pavlova, Beniamino Gigli, Maria Callas, Renata Tebaldi, Guiomar Novais, Bidu Sayão, Arthur Rubinstein, Tamara Toumanova, Leonide Massine, Margot Fonteyen, Rudolf Nureiev, Maurice Béjart, Márcia Haydée, Fernando Bujones, Arnaldo Estrella, Berta Rosanova, Davi Dupré, Aldo Lotufo, Tatiana Leskova, Nina Verchinina, Andrès Segóvia, Jacques Klein, Nelson Freire, Arthur Moreira Lima, Eleonora Oliosi, Jean-Louis Barrault, Robert Hirsch, Beatriz Consuelo, Jorge Donn, Claudio Arrau, Maia Plissetskaia, Antonio Gades, Fernanda Montenegro, Assis Pacheco, Galina Vichnevskaia, Mstislav Rostropovitch, Jean-Pierre Rampal, Lisa Minnelli, Placido Domingo, Luciano, Pavarotti Claudio Santoro, Jasha Heifetz, Zubin Mehta, Natalia Makarova, Nelson Portella, Paulo Fortes, Diva Pieranti, Maria Lúcia Godoy, Antonio Menezes, Ana Botafogo, entre muitos outros.

Ninguém deve imaginar, porém, que o Municipal é um reduto para a elite. Há espetáculos com ingressos a preço popular. Estudantes, pessoas da terceira idade, e grupos são beneficiados com descontos especiais. Há também visitas organizadas ao prédio, com guias poliglotas, todas as tardes.

Corpo Técnico
A equipe, denominada Corpo Técnico, é responsável pela montagem e execução de todos os espetáculos apresentados no Theatro Municipal.

Central Técnica de Produções
Localizada em Inhaúma, subúrbio do Rio, a CTP é a maior fábrica de cenários do Brasil em espaço físico. Construída em 1975, possui, em seus 4 mil metros quadrados, noventa funcionários especializados. Eles se dividem entre a carpintaria (que constrói os cenários), a cenografia (onde os telões e cenários recebem pintura artística), e a oficina (que fabrica adereços de cena) e a serralheria. A Central conta ainda com o setor de figurinos, que compreende a costura, a perucaria, a oficina de adereços (como colares, brincos, leques...) e a lavanderia.
Constam do acervo da CTP, desenhos originais e maquetes, figurinos e cenários de óperas como: Don Giovanni, O Barbeiro de Sevilha, A Flauta Mágica, La Bohème, Turandot, Tosca, Mme. Butterfly; balés como: Giselle, Coppélia, Dom Quixote e o Lago dos Cisnes, entre outros.



  Obra de Visconti no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
   
(enviado por Roberto Vieira Machado)

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Direção e Editoria
Irene Serra