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Theatro Municipal

Um dos mais bonitos prédios do Rio de Janeiro,
localizado na Praça Floriano, conhecida como Cinelândia, no centro da cidade, o
Theatro Municipal é a principal casa de espetáculos do Brasil e uma das mais
importantes da América do Sul.
Foi inaugurado em 14 de julho de 1909 e,
desde então, vem oferecendo vasta e seleta programação de peças, comédias,
dramas, música, ópera e dança, com celebridades nacionais e internacionais.
Seu projeto arquitetônico foi de Francisco de Oliveira Passos, com a
colaboração de Albert Guilbert, que se inspiraram na Ópera de Paris, construída por
Charles Garnier. Todo o material usado na construção foi importado da
Europa: mármores, ônix, bronze, cristais, espelhos, mosaicos, vitrais,
maquinaria de palco, etc. Artistas brasileiros como Eliseu Visconti, Rodolfo
Amoedo e Rodolfo Bernardelli criaram as pinturas e as esculturas.
A
imponência do prédio está nas grandes colunas coríntias de mármore de Carrara na
parte central e nas menores que ficam nas laterais, que harmonizam com perfeição
as linhas clássicas com a decoração barroca.
A escada principal dá acesso
para o pavimento nobre onde se encontram o foyer, os camarotes, as poltronas do
balcão nobre e as duas loggie laterais do teatro. Esta famosa escada, que
quebra após o primeiro lance, abrindo-se em dois lances para os lados, é toda
feita em dois tipos de ônix, bronzes dourados e cristais. Para ela se
abrem as balaustradas dos pavimentos superiores sendo que as do primeiro são do
mesmo material da escada, enquanto que as dos demais pavimentos são em ferro
fundido e mármore. Em seu topo uma estátua de mármore de Jean Antoine Injalbert
representando “A Verdade”. Dela se passa ao foyer, todo decorado no
estilo Luiz XVI, onde duas obras de arte chamam a atenção: os três preciosos
vitrais que Fuerstein e Fugel criaram em Stutgart e a abóbada pintada por Eliseu
Visconti de 1913 a 1916. Nas duas rotundas há que admirar os tetos, de autoria
de Henrique Bernardelli, de 1908, e os painéis, com cenas de danças de diversos
países, pintados em 1916 por Rodolpho Amoedo.
Nesta andar se abrem as
duas belas loggie com magníficos tetos em cerâmica, pisos de mosaico veneziano e
seus balcões de mármore debruçados sobre a rua.


Na loja
da Avenida Rio Branco, um painel de cerâmica representa “A Dança Moderna”, feito
em Paris. Seu equivalente, do lado da Avenida Treze de Maio, que representava “A
Dança Antiga” perdeu-se após uma das reforma que o teatro sofreu. Para estas
loggie abrem-se os cinco balcões existentes nos corredores do balcão simples.
Na sala de espetáculos, vemos uma das maravilhas do
teatro, o grande lustre central, todo em bronze dourado e com suas 118 lâmpadas
com mangas e pingentes de cristal, circundado pela dança de “As Oreadas”, uma
das obras-primas de Visconti.

Só na década de 1930, o Municipal
passou a ter seus próprios corpos artísticos: orquestra, coro e ballet que
continuam em plena atividade. O Coro do Theatro Municipal foi formado em
1934. O Corpo de Baile e a Orquestra do Theatro Municipal foram formados em 1936.
Desde então têm atuado em eventos no próprio Theatro e em temporadas
internacionais.
Antes, predominavam as companhias estrangeiras,
principalmente, as italianas e as francesas. Atualmente, em seu vasto palco,
alternam-se espetáculos trazidos por empresários e espetáculos nacionais. O
objetivo é sempre a melhor qualidade.
Embora continue vinculado à
Secretaria Estadual de Cultura, o Municipal, desde dezembro de 1987, passou a
ser Fundação, o que lhe permite receber doações de empresas e pessoas e ter uma
ativa Associação de Amigos que tem sido de notável importância para renovação do
material e organização de temporadas.
A reforma
executada em 2010 - o Theatro Municipal foi reinaugurado no dia 27/05 - foi a
quarta desde a inauguração, em 1909. Sem interferir na estética, o palco
recebeu um elevador para o piano (para evitar que a peça destoe) e todos os
equipamentos usados no cenário são controlados por um software instalado pela
mesma empresa austríaca que equipou o teatro La Fenice, em Veneza, e o
Staatsoper, em Berlim. A restauração das paredes trouxe à tona obras feitas
há 80 anos, cobertas por reformas e até mesmo pelo pó. Outra surpresa foi a
descoberta de uma passagem secreta.
A primeira reforma, em 1934, ampliou
a sala de espetáculos. Em 1975, foi feita uma obra de restauração que durou três
anos e resultou em medidas para preservar as instalações da casa, como a
proibição dos bailes de carnaval, que até então aconteciam no local. A terceira
reforma foi realizada na década de 80.

Na sua história
centenária, o Municipal apresentou artistas de primeira grandeza como Richard
Strauss, Toscanini, Stravinsky, Vaslav Nijinsky, Isadora Duncan, Pietro
Mascagni, Anna Pavlova, Beniamino Gigli, Maria Callas, Renata Tebaldi, Guiomar
Novais, Bidu Sayão, Arthur Rubinstein, Tamara Toumanova, Leonide Massine, Margot
Fonteyen, Rudolf Nureiev, Maurice Béjart, Márcia Haydée, Fernando Bujones,
Arnaldo Estrella, Berta Rosanova, Davi Dupré, Aldo Lotufo, Tatiana Leskova, Nina
Verchinina, Andrès Segóvia, Jacques Klein, Nelson Freire, Arthur Moreira Lima,
Eleonora Oliosi, Jean-Louis Barrault, Robert Hirsch, Beatriz Consuelo, Jorge
Donn, Claudio Arrau, Maia Plissetskaia, Antonio Gades, Fernanda Montenegro,
Assis Pacheco, Galina Vichnevskaia, Mstislav Rostropovitch, Jean-Pierre Rampal,
Lisa Minnelli, Placido Domingo, Luciano, Pavarotti Claudio Santoro, Jasha
Heifetz, Zubin Mehta, Natalia Makarova, Nelson Portella, Paulo Fortes, Diva
Pieranti, Maria Lúcia Godoy, Antonio Menezes, Ana Botafogo, entre muitos outros.
Ninguém deve imaginar, porém, que o Municipal é um reduto para a elite. Há
espetáculos com ingressos a preço popular. Estudantes, pessoas da terceira
idade, e grupos são beneficiados com descontos especiais. Há também visitas
organizadas ao prédio, com guias poliglotas, todas as tardes.
Corpo
Técnico A equipe, denominada Corpo Técnico, é responsável pela montagem e
execução de todos os espetáculos apresentados no Theatro Municipal.
Central Técnica de Produções Localizada em Inhaúma, subúrbio do Rio, a CTP é
a maior fábrica de cenários do Brasil em espaço físico. Construída em 1975,
possui, em seus 4 mil metros quadrados, noventa funcionários especializados.
Eles se dividem entre a carpintaria (que constrói os cenários), a cenografia
(onde os telões e cenários recebem pintura artística), e a oficina (que fabrica
adereços de cena) e a serralheria. A Central conta ainda com o setor de
figurinos, que compreende a costura, a perucaria, a oficina de adereços (como
colares, brincos, leques...) e a lavanderia. Constam do acervo da CTP,
desenhos originais e maquetes, figurinos e cenários de óperas como: Don
Giovanni, O Barbeiro de Sevilha, A Flauta Mágica, La Bohème, Turandot, Tosca,
Mme. Butterfly; balés como: Giselle, Coppélia, Dom Quixote e o Lago dos Cisnes,
entre outros.
Obra de Visconti no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
(enviado por Roberto Vieira Machado)
Direitos autorais reservados.

Direção e Editoria
Irene Serra
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