01/02/2025
Ano 27
Semana 1.403





Arquivo



Você conhece
algo interessante sobre o Rio?
Envie o texto que publicaremos.







  

Pão de Açúcar


Pão de Açúcar, visto do Mirante Dona Marta, ao amanhecer.


Indo ao Pão de Açúcar, além de aproveitar a beleza do Rio de Janeiro, suas praias e o contorno das montanhas, você pode fazer passeios em trilhas, aproveitar bons restaurantes, adquirir novos conhecimentos em ecologia.


Histórico:
O Pão de Açúcar é avistado em 1º de janeiro de 1502, pela expedição do navegador português André Gonçalves, que fazia reconhecimento da costa brasileira. Entrando na Baía de Guanabara (o nome Guanabara vem do idioma indígena e representa seio de mar muito fértil, cheio de vida) os expedicionários pensam estar em um rio, denominando a região de Rio de Janeiro. 

Entre os diversos acontecimentos ocorridos ao largo do Pão de Açúcar, destacamos:

- Em 1504, o português Gonçalo Coelho, que constrói uma casa de pedra na foz do Rio Carioca (em idioma indígena "acari-oca" ou casa do homem branco, onde "acari" denominava o homem branco com suas vestes militares lembrando um tipo de peixe encouraçado que vivia na foz daquele rio, e "oca" representava casa, moradia).

- Em 1519, chega o navegador português Fernão de Magalhães, em sua famosa viagem para as Índias.

- Em 1531, Martin Afonso de Souza, também em expedição de reconhecimento pela costa brasileira. Em 1532, vindo de São Vicente, chega Pero Lopes de Souza.

- Em 1555, a expedição colonizadora francesa, comandada pelo almirante Nicolau Durand de Villegagnon.
O Brasil era, nesta ocasião, governado por Dom Duarte da Costa, que não obteve apoio da coroa portuguesa para expulsar os invasores.

- Em 1560, chega ao Rio de Janeiro o Governador Geral Mém de Sá para combater os franceses que haviam se instalado no interior da baía de Guanabara, onde fundaram a França Antártida. Após sua vitória, retorna a Salvador.

- Devido os novos ataques franceses, em 1565 Estácio de Sá aporta com sua esquadra entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão, para ajudar Mém de Sá, seu tio.
No dia 1º de março, Estácio de Sá funda aí a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. E, logo a 6 de março, os portugueses sofrem o primeiro ataque dos índios Tamoios, aliados dos franceses. 

- Em 1567, Estácio de Sá recebe o reforço da esquadra de Mém de Sá mas, durante um ataque às paliçadas de Uruçu-Mirim e Paranapucu, defendidas por tamoios e franceses, Estácio de Sá é ferido no rosto por uma flecha envenenada e morre um mês depois. 

Após consolidada a retomada das terras cariocas, no dia 1º de março, Mém de Sá transfere a sede da cidade do local da fundação para o Morro do Descanso, mais tarde chamado Alto da Sé, depois Alto de São Sebastião, Morro de São Januário, e finalmente nomeado Morro do Castelo, como foi conhecido até sua demolição no início do século XX.

- Em 1582, há a entrada da grande esquadra espanhola comandada por Diogo Flores Valdez, destinando-se ao estreito de Magalhães.

Vista da entrada da Baía de Guanabara. A ponta embaixo à esquerda da foto é o Morro Cara de Cão,
que abriga a Fortaleza de São João, e a pequena ilha acima dele é a Ilha da Laje, que também
abriga um forte. Essas duas fortificações em conjunto com a Fortaleza de Santa Cruz, que é vista
acima à direita, formavam o principal complexo de defesa da cidade do Rio de Janeiro.
Ao fundo, vemos a cidade de Niterói. À direita, abaixo, uma parte da mata do Pão de Açúcar.


- Em 1599, o navio holandês Eendracht aproxima-se da entrada da Baía de Guanabara para dar cobertura a um desembarque de invasores ao pé do Pão de Açúcar. Estes são repelidos e voltam aos barcos, abandonando os feridos na praia hoje conhecida como Praia de Fora. O Forte Nossa Senhora da Guia, hoje conhecido como Fortaleza de Santa Cruz, abriu fogo sobre o Eendracht, obrigando-o a bater em retirada.

- Em 1710 chega à barra a esquadra do capitão-de-fragata francês Jean François Duclerc. Depois de trocar tiros com a Fortaleza de Santa Cruz, a esquadra de Duclerc desiste e ruma para a Ilha Grande. Desembarcando com 1.050 homens em Guaratiba, toma o caminho da cidade, cruzando o que hoje são os bairros da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, através de montanhas e florestas, por sete dias. Rendendo-se, Duclerc é mantido como prisioneiro de guerra na cidade.

- Em 1711, devido ao assassinado do capitão Duclerc (em seu cárcere em uma confortável casa na atual rua da Quitanda), a França envia, sob o comando do almirante René Duguay Trouin, uma esquadra com 17 navios e 5.400 homens, que chega ao Rio de Janeiro e, favorecida por forte nevoeiro, penetra na cidade sem ser vista. Depois de longo tempo de luta, o governador Francisco de Castro Morais abandona a cidade e a guarnição da Fortaleza de Santa Cruz rende-se às forças francesas.
Em 10 de outubro ocorre a assinatura da convenção para pagamento de grande soma em dinheiro pelo resgate da cidade; acordam o ato o almirante Duguay Trouin e o mestre de campo João de Paiva Souto Maior, representando o governador Francisco de Castro Morais.
No dia seguinte chega à cidade uma tropa de 6.000 homens chefiada por Antonio Albuquerque Coelho de Carvalho, governador da capitania de São Paulo e Minas, que nada pode fazer em função do acordo assinado entre o governador Castro Morais e os invasores. Após receber a última parcela do valor acordado, Duguay Trouin evacua a cidade, deixando-a totalmente devastada.

- Em 1768 chega o célebre navegador inglês James Cook, em viagem para o Pacífico.

- Em 1851, entra na baía de Guanabara o Theviot, primeiro vapor transatlântico, saído de Southampton, inaugurando a primeira linha entre a Europa e o Brasil.


À direita o Morro da Babilônia, com os prédios da Escola de Guerra Naval e do IME
(Instituto Militar de Engenharia), seguidos pela Praia Vermelha. Na sequência do Morro da Babilônia
está a Ponta do Leme. A ilha à esquerda é a Ilha de Cotunduba, nas águas do Oceano Atlântico.

- Em 1859 é inaugurado o edifício da Escola Militar na Praia Vermelha. Este prédio foi demolido em 1935 depois da revolta do Terceiro Regimento de Infantaria, centro do movimento conhecido como "Intentona Comunista".

- Em 1908, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos idealiza os bondinhos que fazem a ligação com o Morro da Urca e com o Pão de Açúcar.


- Em 1912, os bondinhos do Pão de Açúcar foram inaugurados, movimentados por possantes motores elétricos, tornando-se possível conhecer a deslumbrante vista que de lá se descortina.


Atual bondinho



Tradicional foto do Pão de Açúcar


 
Você já havia visto o Pão de Açúcar deste ângulo?
 


Fotos cedidas por Ricardo Zerrener do site oficial do Pão de Açúcar.

Direitos autorais reservados.





Direção e Editoria
Irene Serra