Violeta Africana
As violetas africanas figuram entre as mais populares plantas de interior, em
função de seu formato compacto, suas cores brilhantes e, acima de tudo, por sua
capacidade de produzir flores abundantes e coloridas durante quase o ano todo.
Esse gênero compõe-se de doze espécies perenes, originarias da África Central.
Apenas algumas delas despertam o interesse para o cultivo dentro de casa, e a
preferência recai nas muitas variedades modernas é nos híbridos existentes. As
flores assumem uma extensa gama de cores, desde todos os tons de azul, passando
ao branco, rosa, vermelho e bicolor, em pétalas singelas ou dobradas, com
formato de estrelas e bordos franjados, frisados ou encrespados.
violeta
crespa - Mario Franco
A espécie mais importante e responsável pela
maioria dos numerosos híbridos e variedades encontradas atualmente consiste na
Saintpaulia ionantha. As plantas de especie natural possuem flores muito
bonitas, azul-violáceas, singelas, com centros amarelos, contrastantes,
desabrochando o ano todo e em numero maior de dezembro a abril. Suas folhas
também apresentam-se vistosas, com formato de coração, textura aveludada e
colorido verde-escuro.
violeta africana - Mario Franco
Nos anos
20, quando foram levadas para a Europa, seu cultivo era considerado difícil,
pois provinham de zonas quentes. No entanto, alguns viveiristas conseguiram
desenvolver formas mais resistentes e robustas, de floração abundante. Sob
condições corretas — boa luz, calor constante e umidade razoável — continuam a
prosperar, produzindo flores durante o ano inteiro.
Primavera e verão
Quaisquer das espécies e variedades ganham mais viço quando se encontram um
pouco amontoadas.
Envase na primavera, utilizando mistura sem calcário. Apenas
aumente o tamanho do recipiente quando as raízes ocuparem por completo o atual.
O tamanho final dos vasos deve atingir os 15cm de boca; depois reenvase os
exemplares estabelecidos em outubro, em anos alternados. Os tipos pendentes
ficam melhor em vasos suspensos, onde seus ramos têm espaço para se desenvolver.
Remova sempre as flores mortas e folhas danificadas pelas bases, pois se restar
parte das hastes elas apodrecerão.
A temperatura deve
permanecer entre 18ºC e 24°C — é essencial evitar a ocorrência de flutuações
bruscas. Mantenha o vaso fora das correntes de ar, em uma posição
bastante iluminada, mas fora da luz solar direta, que pode murchar tanto a
folhagem como as flores. As violetas africanas dão-se muito bem com luz
artificial: coloque as plantas a 30 cm de distância de dois tubos de 40 watts de
luz fluorescente, por um período de doze horas diarias.
Ao comprar,
selecione exemplares saudáveis, com folhas inteiras, viçosas e sem manchas.
Prefira as plantas que apresentam floração profusa.
Regar
as plantas por baixo revela-se o melhor método: mergulhe o fundo do recipiente
numa vasilha com água até que a superfície do composto comece a escurecer. Não
molhe a folhagem, para que não fique manchada. Drene o excesso e coloque a
planta em seu lugar.
O excesso de regas danifica os exemplares com rapidez.
Espere que a superfície esteja seca, antes de regar novamente.
Retire a poeira das folhas com um pincel macio e seco; nunca
use pano úmido.
Para que as flores surjam o ano todo, uma
adubação regular constitui um fator importante, uma vez que as violetas
africanas mostram-se plantas bastante vorazes em proporção ao seu tamanho, e
rapidamente consomem os nutrientes contidos no composto. Forneça-lhes um
fertilizante liquido a cada três semanas. Aumente a umidade relativa do ar,
colocando os vasos apoiados em seixos molhados; evite pulverizar água, a fim de
não danificar as folhas.
Outono e inverno
As temperaturas no
inverno não devem cair abaixo dos 13°C; o ideal consiste em mantê-las entre 16ºC e
18°C. No entanto, as condições devem se apresentar semelhantes àquelas
recomendadas para primavera e verão. Conserve o exemplar sob forte luminosidade,
mas fora da luz solar direta. Regue da mesma forma, somente quando o solo
estiver seco: mergulhe o fundo do recipiente numa vasilha com água, até que a
superfície do composto esteja úmida. Deixe drenar por completo e permita que a
superfície do solo seque de novo antes de repetir o processo. Continue a adubar
a cada três ou quatro semanas, mantendo um bom grau de umidade.
Propagação
As estacas de folhas constituem o método mais fácil de
propagar violetas africanas. Remova uma folha completa, com seu pecíolo, em
outubro ou novembro; apare o pecíolo a um comprimento entre 2,5cm e 4cm, e
enterre-o num composto molhado à base de areia, com a lâmina exatamente ao nível
do solo. Cubra o conjunto com plástico transparente e mantenha à meia-sombra, a
uma temperatura entre 18ºC e 21°C. Depois de seis semanas, novas plantas pequenas
começam a surgir na base dos pecíolos. Ao longo das quatro semanas seguintes vá
descobrindo as mudas por períodos cada vez maiores, a fim de que se adaptem de
maneira gradual ao aumento de luminosidade. Forneça-lhes água apenas o
suficiente para evitar que o composto resseque por completo; uma vez por semana,
adicione um oitavo da dose recomendada para fertilizantes líquidos. Com cuidado,
transfira as mudas para recipientes individuais e passe a tratá-las como
exemplares adultos. Transplante apenas mudas bem fortes, deixando os vasos
semissombreados por alguns dias.
Sol direto descolore as folhas, provoca
manchas cor de palha e deixa as pontas amareladas. A folhagem fica murcha,
resseca ou se torna amarela se as condições forem muito secas por muito tempo,
tanto com baixa umidade como com regas insuficientes. Mas o excesso de regas
leva a planta ao colapso rapidamente, por doenças causadas por fungos, como o
míldio. Lembre-se: sempre regue por baixo, evitando molhar a folhagem; permita
que haja uma drenagem completa antes de recolocar o recipiente no lugar. Deixe
que 1cm da camada superficial do solo seque para regar de novo.
Quando o exemplar não floresce ou produz poucas flores, o
problema tem origem na insuficiência de nutrientes. Reenvase a planta com
mistura fresca e mantenha uma adubação regular. Uma floração pobre também pode
estar ligada à falta de luminosidade.
As pragas mais comuns são os
pulgões e as cochonilhas lanuginosas. Tenha cuidado com a escolha dos
pesticidas, pois a violeta africana mostra-se muito suscetível aos produtos mais
comuns — nunca use aerosóis ou pulverizadores, que provocam danos na folhagem.
Procure retirar a praga manualmente.
Saintpaulia ionantha
tornou-se a espécie mais conhecida e a ancestral de inúmeras variedades e
híbridos disponíveis. Atinge de 8cm a 10cm de altura e de 15cm a 25cm de largura.
Forma uma roseta de folhas carnosas, de textura aveludada, com formato de
coração, de 8cm de comprimento cada, presas a pecíolos de 7cm. A folhagem
colore-se de verde-escuro, às vezes com nuances vermelhas no verso. As flores
podem aparecer o ano todo, desabrochando em maior numero entre dezembro e abril,
em grupos de duas a oito, em pedúnculos de até 15cm, medindo 2,5cm de
diâmetro. Singela, a florada colore-se de azul-violáceo, com minúsculos sacos de
pólen no centro, amarelo-dourados.
Saintpaulia ionantha
S. confusa, também conhecida como S. diplotricha, constitui outra especie
importante, envolvida na criação de diversos híbridos. Possui folhas pilosas,
verde-claras, quase redondas e de bordos denteados, com 4cm de comprimento,
presas a pecíolos de 8cm. Os pedúnculos de 10cm carregam mais de quatro flores
violeta-claro, com 2,5cm de diâmetro cada.
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S. dipotricha
S. grotei,
uma especie pendente ou rasteira, ancestral de muitas formas para vasos
suspensos, com ramos que chegam a atingir 20cm de comprimento. Os pecíolos têm
25cm e as folhas, quase redondas, medem 8cm de comprimento, verde-claras, de
bordos serrilhados, recobertas por uma pilosidade aveludada. As flores pequenas,
agrupadas em pedúnculos.
S. grotei - Bill Price
Matéria publicada anteriormente
na Revista Rio Total em 25 de fevereiro, 2014.
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Direção e Editoria
Irene Serra
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