Lágrima-de-Cristo
O Clerodendrum
constitui um gênero formado por belíssimas trepadeiras floridas, que se prestam
ao cultivo dentro ou fora de casa. Suas flores assumem diversas formas e cores,
diferentes de acordo com a espécie, sendo que muitas delas revelam um sutil
aroma. No Brasil existem 26 gêneros com cerca de 350 espécies.
O
Clerodendrum thomsonae tornou-se a espécie mais conhecida. Trata-se de
uma trepadeira vigorosa, apresentando folhas permanentes, verdes e brilhantes.
Em virtude de seu rápido crescimento, dentro de casa requer um constante
controle para que não invada espaços sem que você queira. Suas flores
desabrocham em cachos e tomam a forma de pequenas lanternas chinesas, de
colorido branco-leitoso; na extremidade de cada uma aparecem cinco pequenas
pétalas vermelhas, de cujo centro surgem longos estames brancos. Por seu
aspecto, recebeu o nome popular de lágrima-de-Cristo.
Clerodendrum thomsonae
assume um porte compacto cujos ramos formam massas de folhas ovais
verde-escuras e brilhantes, de ate 10 cm.
Quando não sofre podas, a planta pode
alcançar de 4 m a 6 m de extensão.
Suas vistosas inflorescências são formadas por
um cálice branco-leitoso — parecendo uma lanterna chinesa — que envolve uma
corola vermelha, abrigando longos estames brancos.
C.
splendens, também compacta, apresenta folhas de 15 cm, em forma de coração,
grossas e de superfície enrugada. As flores, inicialmente vermelhas, tornam-se
amarelas e, depois, brancas, nascendo agrupadas nas pontas dos ramos.
Devido
sua floração esfuziante de cor vermelha, jamais vista em outra espécie, tem
grande uso paisagístico, produzindo bordaduras em forrações de médios e grandes
espaços.
As espécies escandentes ou lianas são indicadas para revestir taludes,
pérgulas ou pórticos, sempre cultivadas a pleno sol. Algumas podem ser usadas
também em vasos ou jardineiras, a exemplo do gênero Plectranthus, como planta de
interior.
A variedade
Speciosum, de
folhas verde-escuras e cerosas, com flores escarlates é um hibrido das espécies
Thomsonae e Splendens.
Planta naturalmente escandente, ramificada,
apresentando ramagem longa que sustenta folhagem verde marcada por nervuras bem
visíveis. Sua inflorescência terminal, vistosa, é constituída por corola de
flores vermelhas e cálice com sépalas na cor púrpura, persistentes. Propaga-se
por estacas em estufas, no início da primavera.
Cultivada a pleno sol, em uso
paisagístico, às vezes é conduzida como trepadeira, amparada em suportes, no
revestimento de grades, cercas, pórticos, muros ou taludes.
Primavera e verão
Quando as raizes do exemplar
tomarem conta do vaso, espere a primavera para replantá-lo. Providencie para que
a planta fique em local bem arejado e iluminado (se estiver dentro de casa);
pulverize bastante água ao seu redor, para deixar as folhas sempre frescas,
durante o tempo mais quente.
Essa planta floresce durante todo o verão,
período em que deve ser regada livremente. Adube com meia dosagem de
fertilizante liquido, a cada duas ou três semanas. A temperatura pode subir a
mais de 27°C, sem que as espécies sofram danos.
Outono e inverno
Pare de adubar depois de abril e dê apenas um
pouco de água ao exemplar, de abril a setembro, umedecendo o solo ligeiramente.
Tenha cuidado porque, no inverno, a planta não pode ficar encharcada. Isso
provoca o apodrecimento das raizes.
No começo do outono, aparecem os ramos que
se desenvolveram no ano anterior, incentivando a planta a assumir formas mais
compactas com as brotações da primavera. Mantenha o vaso em local ensolarado,
evitando temperaturas abaixo de 13°C.
Propagação
Semeie em setembro, colocando as sementes a 4 mm de
profundidade. Umedeça o composto e observe para que fique sempre levemente
molhado, em ambiente cuja temperatura situe em torno de 24°C. Para que germine,
envolva a sementeira com um pedaço de plástico transparente, colocando-a no
peitoril de uma janela ensolarada. Assim, o conjunto estará sob umidade e
temperatura constantes. Depois da germinação, retire o plástico. Faça
estacas de galho, após o florescimento da planta, antes de setembro. Corte cerca
de 10 cm a 15 cm de ramos com folhas novas. Enterre-os em solo bem arenoso,
mantendo a temperatura por volta de 18°C. Para conseguir umidade no ar, cubra as
mudas com plástico transparente. Quando já estiverem enraizadas, soltando
brotações, transplante-as para vasos individuais.
Problemas e Soluções
- Regas excessivas deixam as folhas murchas.
Quando o ar se mostrar muito úmido, molhe a planta apenas para não permitir que
o solo resseque.
- Os brotos podem ser atacados por cochonilhas, ácaros
vermelhos ou moscas brancas, se o ambiente estiver seco e sem ventilação.
Combata os ácaros com um acaricida e as outras pragas com uma mistura de partes
iguais de água e álcool.
- A ocorrência de fungos revela excesso de água no
tempo frio. Deixe o vaso secar e coloque-o em lugar aquecido e arejado.
RT, 10 de agosto, 2012
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Direção e Editoria
Irene Serra
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