16/10/2024
Ano 27
Semana 1.387


 

ARQUIVO



JARDINAGEM

 

 





Samambaias


Há milhões de anos, samambaias enormes dominaram florestas imensas, muito antes de surgirem as plantas atuais. Elas não desenvolvem sementes, mas propagam-se através de esporos ou pela divisão de seus rizomas. A maior parte dos gêneros utilizados em paisagismo são provenientes dos trópicos, destacando-se Adiantum, Asplenium, Polypodium, Pteris e Platyccerium, com diversos tamanhos e formas.

Foram provavelmente o primeiro grupo vegetal vascularizado. Suas características permitiram-lhes atingir maiores dimensões do que qualquer outra planta terrestre existente até então, transformando-as nas primeiras plantas a abandonar por completo o meio aquático. Entretanto, ainda necessitam de água para a reprodução.

O nome samambaia é proveniente do tupi e significa "aquele que se torce em espiral". Seu habitat pode ser tanto um vaso de xaxim como o tronco de uma árvore, uma pedra ou mesmo o próprio solo ou a água, como as samambaias aquáticas. O sucesso no cultivo destas plantas depende da capacidade de reproduzirmos em casa as condições naturais em que estas vivem nas matas. A maior parte das espécies preferem ambientes sombreados ou à meia sombra, solo levemente úmido, rico em matéria orgânica e os substratos devem ser: areia, turfa e um composto orgânico completo de resíduos vegetais de poda e cascas de frutas, hortaliças acrescentando adubo animal de curral curtido, areia e terra.

Para as plantas do tipo chifre-de-veado (Platycerium), avencas (Adiantum), asplênios (Asplenium) e outras samambaias, a luz é fator muito importante, pois dela necessitam para fazer a fotossíntese. Mas a luz direta do sol tende a queimá-las.

Seu cultivo externo poderá ser feito sob ripados, com sombra de mais de 50%, sob árvores, em varandas com sol pela manhã.

Esse chifre de veado eu peguei do lixo e prendi na árvore.  

Dentro de casa, junto a janelas sem sol direto em cima, também podemos colocá-las, de modo a que a luz solar seja coada por cortinas.

 

O vento é um dos seus maiores inimigos, causando "queima" das folhas mais jovens e perda de água por evaporação, ficando desfolhadas.

Locais arejados são necessários para evitar fungos, mas devem ser abrigados dos ventos fortes.

A paulistinha não aguentou tantas idas e vindas.
Era do sítio, linda!
 

Samambaias também não gostam de alterações de lugar, pois elas acostumam-se com a luminosidade, temperatura e umidade local, podendo definhar e até morrer caso sejam mudadas. Normalmente são cultivadas em xaxim, que retêm mais a umidade e permitem que as raízes respirem melhor.

 


Renda portuguesa (a muda quem me deu foi minha amiga Belmira).
Ela está bem forte, encorpada, resistindo em qualquer lugar.


Principais pragas:

As pragas mais comuns são pulgões, cochonilhas, ácaros e lagartas que devem ser retiradas manualmente ou através de uma pinça, para evitar o uso de inseticidas.
Podem também ocorrer algumas doenças, causadas por fungos ou bactérias. Nestes casos, as folhas apresentam manchas e as raízes apodrecem, devendo-se eliminar as partes doentes.
Vários tipos de cochonilha atacam e são mais comuns na samambaia de folhas compridas, também chamada de samambaia-espada (Nephrolepis).
Para combatê-la poderemos usar o sulfato de nicotina, que é fumo deixado de molho na água, coado e aspergido, óleo de nim ou receita caseira de chá de alamanda.
Insetos em geral não apreciam as samambaias.


Cuidados em casa:

● Manter a planta em local sombreado fora do vento (evite trocá-la de lugar).
● As regas devem ser frequentes, mantendo o substrato levemente úmido, mas não encharcado. Por isto, a presença da areia no substrato é fundamental, evitando que as raízes fiquem apodrecidas.
No inverno, irrigar 1 vez por semana e, no verão, irrigar 2 a 3 vezes por semana. Em dias quentes poderemos colocar água no borrifador e passar uma nuvem sobre elas, propiciando o clima úmido de sua preferência.
● Adubar uma vez por mês.


(Origonalmente na RT, 22 de janeiro, 2011)

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Direção e Editoria
Irene Serra