16/06/2024
Ano 27
Semana 1.371


 

ARQUIVO



JARDINAGEM

 

 





Maria-sem-vergonha
(Beijinho)



Essa graciosa planta, de muito vigor, apresenta uma característica às vezes problemática: na facilidade com que se propaga, ela pode tornar-se até invasora, caso você se descuide.

De cultivo muito fácil, o gênero tornou-se tão difundido que acabou "desvalorizado"; daí seu nome popular tão depreciativo. Existem, porém, espécies e variedades muito bonitas que, a exemplo das mais comuns, florescem quase o ano todo, prestando-se a forrações e mesmo para vasos de interior.

A espécie Impatiens walleriana, pai de vários híbridos, quase nunca é encontrada em cultivo. Originária do leste tropical africano, revela-se mais alta do que os híbridos e apresenta flores coloridas de vermelho vivo.

A forma variegada natural da I. walleriana também acabou substituída pelos híbridos variegados. Tem flores grandes e escarlates, em meio a folhas verdes com bordas brancas.

Os híbridos fornecem uma enorme gama de flores e folhagem. A florada pode variar desde o branco até diferentes tonalidades de rosa e alaranjado, passando por escarlate e púrpuro-escuro, enquanto algumas possuem desenhos listrados. As flores vão das mais simples, com pétalas singelas, até as dobradas, com várias camadas. A folhagem também assume diversas formas e coloridos, com desenhos ovalados ou cordiformes, matizados de verde liso ou de padrões verde-claros, verde-escuros ou bronzeados.


Primavera e verão

A maria-sem-vergonha produz melhor floração quando suas raízes ficam amontoadas; por isso somente reenvase quando a planta preencher o recipiente.

Na primavera, retire o exemplar do antigo vaso e troque-o, utilizando um bom composto de terra para obter mais viço.

A temperatura ideal oscila em torno de 18°C, mas a planta suporta calor mais intenso. Regue com frequência, para manter o composto úmido, mas nunca encharcado. Pulverize água no verão, evitando deixar as folhas molhadas por muito tempo, o que facilita o ataque de fungos.

Quando plantada em vaso, apoie o recipiente num prato contendo seixos molhados. Adube com fertilizante líquido semanalmente, de novembro a março. Deixe o exemplar em local arejado e iluminado, mas longe do sol direto, em especial ao meio-dia. Pode seu exemplar durante o verão, para que ele fique compacto.


Outono e inverno

Mantenha a temperatura em torno de 18°C, com isso a planta permanece viçosa e florida. Nessa temperatura, diminua um pouco as regas, a umidade do ar e a adubação. No entanto, se o frio for mais intenso, lembre-se de deixar o composto ficar quase seco entre uma rega e outra, e pare de adubar. Cuide para que a temperatura não caia a menos de 13°C, pois o gênero não aprecia invernos rigorosos.


Propagação

De outubro a abril, retire 10 cm de ramos laterais da planta. Remova as folhas inferiores e mergulhe as estacas num copo com água; em poucos dias surgem as raízes.
Plante as mudas colocando-as em local fresco e sombreado, por cerca de duas semanas, até que as raízes se estabeleçam. Quando aparecerem novas brotações, trate-as como plantas adultas. A medida que crescem, "belisque" as pontas para que fiquem mais densas e vigorosas.

Se quiser obter várias mudas, faça uma sementeira numa caixa com mistura de partes iguais de turfa e areia. No começo da primavera, coloque as sementes e cubra-as com esse composto, peneirado. Umedeça o solo e deixe o conjunto em ambiente quente e escuro. Logo no início da germinação, aumente um pouco a luminosidade, mas evite o sol direto. Quando puderem ser manuseadas, plante em vasos separados.

 

Agradecendo a Augusto Rosa pelas correções no artigo.
 Publicado anteriormente na Revista Rio Total em 22/08/2009.
 

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Direção e Editoria
Irene Serra