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Bruno Torres Paraíso
POEMA PARA MINHA MÃE, DONA
CRISANTINA

Ela era linda e guardada por papai com todo o cuidado num cofre forrado de veludo suave para não
machucar sua pele sedosa nem permitir que o excesso de luz neutralizasse
o brilho de seus olhos negros tão expressivos que falavam sem precisar de
palavras, ao sabor dos sentimento que queria traduzir.
Transbordava
amor, cuidados, e uma Imensa delicadeza, sem nunca transigir com coisas
erradas, com sentimentos pequenos que incomodassem o seu gosto pela ordem
e pela verdade. Hoje o dia é dela mas não posso separá-las de papai, seu
guardião amoroso, atento, zeloso, que somente conseguia sorrir se a
visse tranquila, suave e feliz.
O amor imenso que os uniu tão
longamente às vezes me deixava meio tonto, perplexo e um pouco assustado:
como
era possível tamanha sintonia? Até hoje não sei qual era o
milagre que os unia daquele jeito intenso e sempre renovado. E agradecia à
vida por ter sido balançado por eles naquele berço tão amoroso, balanço
delicado como jamais tive outro na vida, e no dia dela só posso
homenageá-la colocando ao seu lado a sua outra metade, pois sei que
sempre estarão juntos, juntos para sempre.

Bruno Torres Paraíso é jornalista
profissional aposentado. Trabalhou muitos anos no velho e querido Correio da
Manhã, onde começou sua carreira. Depois também trabalhou no Jornal do
Commercio do Rio. Em seguida, deixou o jornalismo diário e foi atuar como
gerente de Comunicação e Marketing do antigo Banco de Desenvolvimento do Estado
do Rio de Janeiro, BD-RIO, extinto. Logo após, atuou como diretor da
revista Rumos, da Associação Brasileira de Instituiçoes Financeiras de
Desenvolvimento - ABDE. RUMOS era uma publicação especializada em
desenvolvimento econômico. Esta publicação teve muito êxito e recebeu dez prêmios
da Aberje, uma entidade que cuidava do jornalismo empresarial. É
capixaba de nascimento e o lugar do ES onde mais tempo viveu foi Cachoeiro de
Itapemirim, que considera como terra adotiva. Lá estudou o ginasial e o
científico, participou de entidades estudantis e ajudou a fundar, há mais de 60
anos, a Academia Cachoeironse de Letras, ainda hoje muito atuante.
É,
também, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo - IHGES.
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Direção e Editoria
Irene Serra
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