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Pessach

Por que a Ênfase em Pessach ser
Livre de Chamêtz?
Rabino Kalman Packouz
Em Pessach, somos
proibidos de possuir chamêtz (praticamente todo produto feito de trigo, cevada,
centeio, aveia ou espelta, não produzido especialmente para Pessach) ou tê-lo em
nossas propriedades. Na noite anterior a Pessach, procedemos a uma rigorosa
procura pelo chamêtz em casa.
O chamêtz representa a arrogância. Pessach
é tempo de liberdade - liberdade espiritual - a essência do porquê o Todo
Poderoso nos tirou do Egito. Como mencionei anteriormente, a única coisa que se
interpõe entre você e D'us... é você. Para se aproximar do Todo Poderoso, que é
a meta e a essência de nossas vidas (e esta oportunidade se apresenta ao
cumprirmos cada Mitsvá e/ou Festa religiosa), cada um precisa remover sua
própria arrogância. Esta é a lição que aprendemos ao remover o chamêtz de nossas
posses.
Liberdade significa possuirmos a capacidade de usar nosso
livre-arbítrio para crescer e nos desenvolvermos. Muitas pessoas pensam que são
livres, quando na verdade são "escravas" das novidades e modismos da sociedade.
Escravidão é tomar uma atitude não pensada, seguindo os desejos e impulsos do
corpo. Nosso trabalho em Pessach é sairmos desta escravidão para a verdadeira
liberdade.
Uma das liberdades a serem trabalhadas durante Pessach é a
“liberdade da boca (ou seja, da fala)”. Nossos sábios encaram a boca como um das
partes mais perigosas do corpo. É o único órgão que pode causar problemas em
ambas as direções - no que entra (comida e bebida) e no que sai (a conversa). De
tão perigoso, é o único órgão humano que tem duas “trancas”: os dentes e os
lábios. Alguns de nós são escravos de suas bocas, tanto no que comem quanto
sobre o que falam.
Na noite do Seder corrigimos estes problemas. Temos a
mitsvá de relatar a saída do Povo Judeu do Egito (para refinar nossas conversas)
e a mitsvá de comer Matsá e beber 4 copos de vinho (para enobrecer o que comemos
e bebemos).
A estrutura da língua hebraica, por si só, sinaliza na
direção da “Liberdade da Boca”. A palavra Pessach pode ser dividida em duas: Peh
e Sach, que significa "boca falando" - nós temos a obrigação de contar sobre o
Êxodo do Egito durante toda a noite. A palavra hebraica Paró (que era o
perseguidor dos Judeus na história de Pessach) pode ser dividida em duas: Pé e
Ráh, uma “má boca”. Nossa aflição durante a escravidão no Egito era
caracterizada como Pérach (trabalho duro), que pode ser lido em 2 palavras: Pé e
Rach , uma “boca solta”, sem responsabilidade com o que fala.
Possamos
nós, neste Pessach, nos libertarmos da “má boca” e nos livrarmos da “boca
solta”, onde muito de comida e bebida erradas adentram e muitas palavras
inapropriadas escorregam para fora.
Traduzido e enviado por
Gerson Farberas, com permissão do autor. Publicado, inicialmente, na Revista
Rio Total, em abril de 1996.
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Direção e Editoria
Irene Serra
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