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O que é Pessach e Como o Comemoramos?

Rabino Kalman Packouz
Toda Festa Judaica é uma
oportunidade para desenvolvermos e trabalharmos um certo aspecto de nosso
crescimento pessoal. Sucót é época de se trabalhar sobre a Alegria; Yom Kipur,
sobre Teshuvá, o ‘retorno espiritual’; Shavuót é tempo de se trabalhar sobre
Kabalát HaTorá, receber a Torá com seriedade.
Pessach é a Festa da
Liberdade - nossa Liberdade Espiritual. Para isto D’us nos retirou do Egito. Mas
qual a essência da Liberdade?
Será que liberdade é a possibilidade de se
fazer o que bem se quiser, sem embaraços e sem temer as consequências? Isto é
libertinagem, não liberdade. James Bond tinha “licença para matar”, não
liberdade para matar. Liberdade significa termos a possibilidade de usar nosso
livre-arbítrio para crescermos e nos desenvolver.
Muitas pessoas pensam
que são livres, quando na verdade são frequentemente “escravas” de manias e
modas passageiras da sociedade onde vivem. Escravidão são atos feitos sem
pensar, um comportamento rotinizado, seguindo os desejos impulsivos do corpo.
Nosso trabalho em Pessach é sair desta escravidão e adquirir a verdadeira
Liberdade!
Todos os mandamentos relacionados a Pessach nos habilitam a
reviver e vivenciar a liberdade que nossos antepassados experimentaram ao sair
do Egito para servir o Todo-Poderoso.
Durante os oito dias de Pessach
somos proibidos de possuir e comer chamêtz [massas fermentadas, ou seja,
virtualmente qualquer produto que tenha farinha em sua composição (pão, pizza,
macarrão, etc.) e que não tenha sido produzido especialmente para Pessach].
Por que tanta ênfase em ficarmos livres do chamêtz? Um dos motivos é que o
Chamêtz representa a arrogância. A única coisa que se interpõe entre você e D’us... é você. Para nos aproximarmos do Criador, que é a principal satisfação da
vida (e esta oportunidade se apresenta em todas as mitsvót e Festividades
Judaicas), cada pessoa deve remover sua própria arrogância. Cada ato prático
traz uma satisfação interna; Nós removemos o chamêtz de nossos lares e
precisamos, paralelamente, trabalhar sobre nossa característica de humildade.
Na noite anterior a Pessach, fazemos uma busca rigorosa do chamêtz em nossos
lares. Durante o dia a casa deve ser limpa e todo o chamêtz consumido, vendido
ou jogado fora. À noite, existe o costume de se colocar 10 pedaços de pão em
diversos locais da casa para que, durante a procura do chamêtz, encontremos
alguma coisa. Esta procura é realizada à luz de uma vela acesa e é uma memorável
experiência para toda a família!
Traduzido por Gerson Farberas, com
permissão do autor. Publicado, inicialmente, na Revista Rio Total, em abril, 1994.
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Direção e Editoria
Irene Serra
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