01/04/2022
Ano 25
Semana 1.266



- Pessach, a ênfase de ser livre de Chamêtz

- Pessach, a libertação

- Pessach, a Páscoa judaica




 




 

O que é Pessach e Como o Comemoramos?


Rabino Kalman Packouz


Toda Festa Judaica é uma oportunidade para desenvolvermos e trabalharmos um certo aspecto de nosso crescimento pessoal. Sucót é época de se trabalhar sobre a Alegria; Yom Kipur, sobre Teshuvá, o ‘retorno espiritual’; Shavuót é tempo de se trabalhar sobre Kabalát HaTorá, receber a Torá com seriedade.

Pessach é a Festa da Liberdade - nossa Liberdade Espiritual. Para isto D’us nos retirou do Egito. Mas qual a essência da Liberdade?

Será que liberdade é a possibilidade de se fazer o que bem se quiser, sem embaraços e sem temer as consequências? Isto é libertinagem, não liberdade. James Bond tinha “licença para matar”, não liberdade para matar. Liberdade significa termos a possibilidade de usar nosso livre-arbítrio para crescermos e nos desenvolver.

Muitas pessoas pensam que são livres, quando na verdade são frequentemente “escravas” de manias e modas passageiras da sociedade onde vivem. Escravidão são atos feitos sem pensar, um comportamento rotinizado, seguindo os desejos impulsivos do corpo. Nosso trabalho em Pessach é sair desta escravidão e adquirir a verdadeira Liberdade!

Todos os mandamentos relacionados a Pessach nos habilitam a reviver e vivenciar a liberdade que nossos antepassados experimentaram ao sair do Egito para servir o Todo-Poderoso.

Durante os oito dias de Pessach somos proibidos de possuir e comer chamêtz [massas fermentadas, ou seja, virtualmente qualquer produto que tenha farinha em sua composição (pão, pizza, macarrão, etc.) e que não tenha sido produzido especialmente para Pessach].

Por que tanta ênfase em ficarmos livres do chamêtz? Um dos motivos é que o Chamêtz representa a arrogância. A única coisa que se interpõe entre você e D’us... é você. Para nos aproximarmos do Criador, que é a principal satisfação da vida (e esta oportunidade se apresenta em todas as mitsvót e Festividades Judaicas), cada pessoa deve remover sua própria arrogância. Cada ato prático traz uma satisfação interna; Nós removemos o chamêtz de nossos lares e precisamos, paralelamente, trabalhar sobre nossa característica de humildade.

Na noite anterior a Pessach, fazemos uma busca rigorosa do chamêtz em nossos lares. Durante o dia a casa deve ser limpa e todo o chamêtz consumido, vendido ou jogado fora. À noite, existe o costume de se colocar 10 pedaços de pão em diversos locais da casa para que, durante a procura do chamêtz, encontremos alguma coisa. Esta procura é realizada à luz de uma vela acesa e é uma memorável experiência para toda a família!



Traduzido por Gerson Farberas, com permissão do autor.
Publicado, inicialmente, na Revista Rio Total, em abril, 1994.


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Irene Serra