01/07/2021
Ano 24
Número 1.228


 

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SHEILA SACKS

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Sheila Sacks



Covid-19 na mira da CIA




Sheila Sacks, colunista - CooJornal







Armas biológicas letais de alcance global, os vírus, bactérias e toxinas manipulados em laboratórios preocupam as grandes potências. O medo é que novos agentes mortais fabricados artificialmente caiam em mãos de grupos terroristas. E mais de um ano após o início da pandemia, crescem as suspeitas de que o vírus da Covid-19 foi criado em laboratório.

Diante da desconfiança externada por especialistas e também sentida na opinião pública americana, o presidente Joe Biden deu prazo de 90 dias para que órgãos da Inteligência do país, como a CIA, investiguem a origem do vírus: se foi criado em um laboratório na China ou evoluiu naturalmente de um animal hospedeiro para o ser humano.

A decisão inédita da Casa Branca foi anunciada em 26 de maio último e visa dar uma resposta ao país, caracterizar as responsabilidades e atender os muitos apelos de renomados cientistas para novas investigações. Dentre eles, a imunologista de universidade de Yale, Akiko Iwasaki, que liderou a pesquisa sobre a resposta do sistema imunológico ao Sars-CoV-2, causador da Covid-19.

Para o pesquisador israelense Shaul Shay, do Instituto Internacional de Contraterrorismo (ICT, na sigla em inglês) e ex-chefe adjunto do Conselho de Segurança Nacional de Israel, a pandemia da Covid-19 serve como uma lição objetiva dos riscos letais das armas biológicas e também como alerta para possíveis ameaças de bioterrorismo.

Drones mortais

Por sua vez, a especialista em contraterrorismo, Trace Walder, autora do livro “The Unexpected Spy” ( A Imprevisível Espiã, em tradução livre), vai mais adiante ao afirmar que a maior ameaça que os EUA e Israel podem enfrentar são os enxames de drones armados com venenos químicos lançados pelo Irã, Estado Islâmico e outros grupos terroristas.

Agente da CIA e do FBI por muitos anos, seu verdadeiro nome é Tracy Schandler. Ela foi recrutada em 1998, quando ainda era estudante universitária. Coube a Tracy atuar nas principais investigações e captura de terroristas a partir do ataque de 11/9/2001, quando os EUA intensificaram a busca por terroristas.

Em seu trabalho como oficial de contraterrorismo frustrou uma sucessão de ataques químicos planejados em vários cantos do mundo. Rastreou e interrogou terroristas, reunindo informações que ajudaram órgãos de segurança de países aliados a monitorar pessoas suspeitas de integrar grupos extremistas. Participou da busca e captura de Osama bin Laden e de outros membros da Al-Qaeda.

Em entrevista ao jornal The Jerusalem Post, Tracy Walder lembrou que grupos terroristas como o Estado Islâmico que atua na Síria já se utilizam de armas químicas em seus ataques a populações civis, obtidas em países como o Irã e a Coreia do Norte. Ela revela que desde os primórdios dos anos 2000, o fundador do Estado Islâmico e líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi (morto em 2006), estava interessado em adquirir armas químicas e biológicas como antraz e ricina. Ainda de acordo com Tracy Walder, a aplicação desses produtos, na atualidade, é muito fácil de ser feita tendo acesso a um drone. Em 2018, relatório da ONU também alertava que a Coreia do Norte, desde 2012, envia suprimentos para o regime sírio de Bashar al-Assad potencialmente usados na produção de armas químicas.

Em janeiro do ano passado, ao assumir a liderança do Estado Islâmico (ISIS, na sigla em Inglês - Islamic State of Iraq and Syria), Abu Ibrahim al-Hashimi al-Quraishi enviou uma mensagem gravada a seus militantes convocando –os a usarem armas químicas contra Israel e os judeus, onde eles estiverem.

Possível origem artificial

A polêmica em relação à origem da Covid-19 também esquentou no mês passado (maio/2021) com as declarações de dois pesquisadores, um britânico e outro norueguês, que afirmam ter provas da origem artificial do novo coronavírus e que ele foi criado no laboratório de Wuhan, na China.

O professor Angus Dalgleish, da St Georges Hospital Medical School da Universidade de Londres, e Birger Sorensen, virologista e presidente da farmacêutica Immunor, dizem que cientistas chineses , tendo como base o coronavírus do morcego, acrescentaram um novo espinho, tornando-o mais contagioso e mortal. Eles analisaram os experimentos dos chineses no laboratório de Wuhan entre 2002 e 2019 e chegaram a conclusão de que foram desenvolvidos mecanismos para a criação do Sars-Cov-2.

A prova de sua origem, segundo os estudiosos, estaria na sequência de quatro aminoácidos encontrados no espinho do coronavírus, uma situação “extremamente pouco provável”. Quando o vírus é de origem natural, afirmam, três sequências de aminoácidos já é raro.

Na avaliação de Dalgleish e Sorensen, os cientistas chineses tentaram criar um vírus mais contagioso para que se reproduzisse mais rápido em células humanas e assim estudar melhor o impacto potencial do coronavírus nos humanos.

Armas biológicas

Observa-se que a pandemia trouxe à tona um tema perturbador que se revela como um aviso dramático para os riscos das chamadas armas biológicas, que não distinguem religiões, ideologias e fronteiras. O uso e a manipulação de agentes biológicos, como o vírus da varíola e da febre amarela, as bactérias Bacillus anthracis (antraz), Brucellae, Yersinia pestis (peste bubônica) e ricina, citando alguns, já se constituem numa ameaça real por um longo tempo.

Antes mesmo da 2ª Guerra Mundial, exércitos aliados e as forças alemãs e japonesas realizaram pesquisas com o intuito de desenvolver armas biológicas. Acidentes como o ocorrido na cidade russa de Sverdlovsk, em 1979, quando houve a dispersão acidental de uma quantidade de Bacillus anthracis, na forma inalatória, de um centro de pesquisas militar soviético, comprovam as experiências com substâncias mortais. O acidente causou 68 mortes.

No livro “Biohazard – A verdadeira história do maior programa secreto de armas biológicas do mundo”, publicado no Reino Unido, em 1999, o russo Kanatjan Alibekov, também conhecido como Kenneth Alibek, médico, microbiologista e ex-diretor-adjunto do programa de armas biológicas da antiga União Soviética, demonstra que o país estava preparado para lançar um ataque biológico com o vírus da varíola sobre os Estados Unidos, no caso de uma guerra nuclear.

Em 2001, depois do ataque de 11/9, traços da bactéria antraz foram encontrados em cartas endereçadas à Casa Branca em uma agência postal. Dois carteiros morreram. À época, o presidente George W.Bush acusou a Al Qaeda pela correspondência contaminada.

Mais recentemente, em 2013, o serviço secreto americano interceptou cartas contendo ricina enviadas ao então presidente Barak Obama e a políticos do país. A ricina, extraída da mamona, é uma substância tóxica de alto risco para os seres vivos, podendo ser letal.

Vale dizer que agentes biológicos - diferentemente dos químicos que tendem a afetar somente quem está na região do ataque – têm a capacidade de atravessar fronteiras e se irradiarem por vastas regiões. Especialistas assinalam que a produção de armas biológicas não necessita de grande aparato nem sofisticadas instalações, podendo ser facilmente oculta, transportada e disseminada. Uma facilidade que se estende à aquisição de insumos e ao acesso à biotecnologia, ferramentas básicas para se construir uma arma biológica de destruição em massa, por um custo bem mais baixo do que uma bomba atômica, por exemplo, com resultados semelhantes.

Armas químicas

Em 1995, a seita apocalíptica japonesa Aum Shinri Kyo matou 12 pessoas e feriu outras 50, em um atentado no metrô de Tóquio, usando o gás sarin. Na guerra civil na Síria há evidências de que tem sido usado o gás sarin nas populações pelo governo sírio. O Centro de Estudos para Não Proliferação James Martin (CNS, na sigla em inglês), que pesquisa e combate a disseminação de armas de destruição em massa (weapon of mass destruction – WMD) já denunciou a Síria como detentora de um dos maiores arsenais de armas químicas do mundo. A instituição americana afirma que o exército sírio possui diferentes tipos de agentes químicos, além do sarin, como o gás mostarda, gás cloro e o agente neurológico VX, um gás tóxico asfixiante.

No caso de grupos terroristas, tais como Estado Islâmico, com base no Iraque e atuando na província do Sinai, Al Qaeda (Iêmen e Somália), Hezbollah (Líbano e Síria) e o Hamas (Faixa de Gaza), a posse de armas químicas ou biológicas é sempre um motivo de preocupação, notadamente para o governo israelense.

Nas mãos do Hezbollah

A posse de armas químicas pelo Hezbollah foi aventada, ainda em 2018, pelo ex-general sírio Zuhair al-Saqit em entrevista ao jornal israelense Maariv. O militar foi o responsável pelo desenvolvimento científico de armas químicas no país, mas em 2013 abandonou o exército e a Síria. Ele disse que o regime de Assad transferiu para o Hezbollah (que atua ao lado das forças sírias na guerra civil que já causou a morte de quase meio milhão de pessoas) grande parte dos estoques dessas substâncias letais com o intuito de burlar órgãos internacionais de inspeção. Uma dessas armas é o gás cloro, um agente asfixiante cujo histórico se reporta à 1ª Guerra Mundial e que foi usado pelo governo de Assad contra civis nas cidades de Saraqeb, Duoma e Latamneh, segundo relatório de 2018 da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês).

Na entrevista em questão, o ex-general também conta que cientistas, técnicos e militares iranianos estavam desenvolvendo, no território sírio, mísseis com ogivas químicas de alcance entre 5 e 35 quilômetros. E confirmou a cooperação síria com a Coreia do Norte, afirmando que na qualidade de oficial graduado do exército acompanhou oficiais norte-coreanos nas visitas às várias unidades para consultoria sobre o uso de armas químicas.

Em relação ao Irã, relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), divulgado em março de 2020 denuncia que aquele país triplicou a quantidade de urânio enriquecido – um elemento químico radioativo - em três meses, atingindo 1,1 tonelada em estoque (é preciso 1,6 tonelada de urânio de baixo enriquecimento para chegar à capacidade de produzir uma arma nuclear). Justamente no período em que o foco das autoridades e dos chefes das nações haviam se voltado para o enfrentamento de uma pandemia desconhecida.

Perigo à vista

Em 2017, na Conferência de Segurança de Munique, evento que se realiza anualmente nesta cidade alemã com a participação de líderes mundiais, o magnata e filantropo Bill Gates, fundador da Microsoft, surpreendeu a plateia ao afirmar que “a próxima epidemia poderá se originar na tela do computador de um terrorista que pretenda usar a engenharia genética para criar uma versão sintética do vírus da varíola ou uma cepa supercontagiosa e mortal da gripe”. Uma previsão assustadora para o futuro da humanidade, que já convive com a insegurança das mudanças climáticas e catástrofes naturais. Agora acrescida pelo sobressalto de possíveis surtos pandêmicos oriundos de experiências científicas nem sempre controláveis.

No caso da Covid-19, o supervírus surgiu na província chinesa de Wuhan que abriga laboratórios de alta tecnologia como o Instituto de Virologia Wuhan (WIV), fundado em 1956, que faz pesquisas nas áreas de microbiologia, biotecnologia e virologia. A instituição trabalha no isolamento de vírus de insetos e na produção de inseticidas virais. Segundo o site do laboratório, um de seus principais campos de pesquisa é o estudo patogênico de doenças infecciosas emergentes, com destaques para o coronavírus da síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-Covid) e o vírus da influenza aviária.

O vírus foi identificado em novembro de 2019 e no mês seguinte houve a primeira manifestação da doença na província. Antes de ser demitido, em janeiro de 2020, o prefeito de Whuan admitiu que mais de 5 milhões de pessoas puderam deixar a cidade antes que as restrições de viagem fossem decretadas.Porém, o mais grave é que as autoridades chinesas ocultaram as notícias e os detalhes do surto de vírus por dois meses, favorecendo à transmissão global da doença.

É importante lembrar que o médico chinês Li Wenliang, de 34 anos, morreu em consequência do vírus, no início de fevereiro do ano passado, dois meses depois de alertar as autoridades de Wuhan sobre o surgimento da pneumonia viral. Na ocasião (dezembro/20219) , ele foi convocado pela polícia local que o acusou de propagar boatos e assustar a população. Duas semanas depois de ser decretada a quarenta em Whan, ainda em fevereiro, a epidemia já tinha infectado mais de 31 mil pessoas, com 636 mortes.

Disseminação e silêncio

A respeito, frente a uma série de versões místicas que inundaram as redes sociais em relação ao aparecimento do vírus, no início da pandemia no Ocidente, o rabino Abraham Cooper e o reverendo Johnnie Moore, dois dos mais influentes líderes religiosos americanos, denunciaram em um artigo contundente, a participação da China, acompanhada do Irã, na ocultação e disseminação da Covid-19. “São pessoas que nos trouxeram para esse desastre do coronavírus, e não precisamos procurar os céus para encontrar a verdade neste caso”, disseram.

O artigo “Don’t Blame God, Blame Beijing and Tehran” (Não Culpe Deus, Culpem Pequim e Teerã, em tradução livre), publicado em The Media Line (30.03.2020), mídia digital especializada em assuntos sobre o Oriente Médio, acusa o governo chinês de se armar de suprimentos médicos, importando milhões de máscaras cirúrgicas e respiradores, grande parte da reserva mundial, antes de o mundo ter consciência da extensão da doença. Igualmente denunciam o Irã, que permitiu que os peregrinos continuassem a viajar para a cidade sagrada de Qom, quando o vírus já estava sendo disseminado, contaminando outras nações do Golfo Pérsico.

Para Cooper e Moore – o primeiro, diretor de ação social global do Centro Simon Wiesenthal, uma ONG internacional de Direitos Humanos, e o segundo, comissário da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos (USCIRF, na sigla em inglês) - os regimes ditatórias da China e Irã ajudaram a transformar a Covid-19 em uma tragédia global. Eles também criticam a postura de silêncio do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom - que esperou até 11 de março para caracterizar a Covid-19 como pandemia - e do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), o português Antônio Guterres, que pediu às nações que suspendessem as sanções ao Irã por motivos humanitários.
De acordo com a BBC News, até 30 de março do ano passado, quando o vírus já era uma calamidade que se alastrava pelo mundo, a companhia aérea iraniana Mahan Air manteve seus aviões operando normalmente em suas rotas para cidades da China, e realizando viagens e voos adicionais para Beirute, Damasco, Bagdá, Abu Dhabi (Emirados Árabes), Sanaa (Iêmen) e Najaf e Karbala (Iraque).

A rede britânica de notícias apurou que a companhia aérea mentiu quando alegou que seus voos eram humanitários. Foram centenas de voos no período, possivelmente transportando passageiros com coronavírus, inclusive pousando em Barcelona, Istambul, Dubai e Kuala Lampur (Malásia).

A Mahan Air teve seus voos proibidos na Alemanha e França em 2019. Desde 2011 a companhia não opera nos Estados Unidos ( em contrapartida, iniciou voos diretos de Teerã a Caracas, na Venezuela, desde 2019 ) devido a sua ligação com a Guarda Revolucionária do Irã (IRGC, na sigla em inglês), uma unidade do exército iraniano que dá suporte financeiro, técnico e logístico ao Hezbollah, no Líbano, e a outros grupos islâmicos terroristas, a saber: o Hamas, a milícia Jihad Islâmica que atua na faixa de Gaza e na Cisjordânia, os rebeldes houthis, no Iêmen, e as milícias xiitas no Iraque, Síria e Afeganistão. Com mais de 150 mil funcionários ativos, essas ações no exterior são operacionalizadas pela temida Força Quds, uma unidade especial da IRGC.

Germes assassinos

Parece inevitável é que o mundo terá que conviver com a letalidade do novo coronavírus por um longo período. De acordo com o epidemiologista Michael Osterholm, autor do livro “Inimigo Mortífero: Nossa Guerra contra Germes Assassinos“ (em tradução livre), publicado em 2017, a Covid-19 é tão infecciosa quanto a gripe de 1918 (conhecida como gripe espanhola) que matou 50 milhões de pessoas e infectou cerca de 500 milhões, um terço da população mundial na época. A pandemia durou dois anos e foi causada pelo vírus H1N1, com genes de origem aviária.

Na sua avaliação, bastante sombria, veiculada em março pela rede de notícias CNN, a pandemia “está prestes a piorar de uma forma sem precedentes”, com o aumento de casos associados a variantes das cepas. Uma situação que ele compara a um “furação de categoria 5 ou superior”. O cientista lista quatro componentes que podem levar a esse desastre: mutações virais; atrasos na vacinação; relaxamento na prevenção; e possibilidade de reinfecção. Osterholm é membro do Conselho Consultivo da Covid-19 do presidente Biden.

Ainda no início da pandemia, o especialista previu que o vírus iria se mostrar ativo em todo o mundo, indo e vindo, em ondas. “Devemos lembrar que a atual pandemia é causada por um coronavírus e não um vírus da gripe como foi o caso em 1918. A história dirá se os dois agem da mesma maneira em termos de epidemiologia das doenças”, explica.

Fundador do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota, Osterholm insiste no continuado uso de máscaras (bem vedada), o distanciamento social e a limitação de espaços que favoreçam aglomerações para evitar possíveis reinfecções não bem documentadas. Segundo ele, ainda que apareçam remédios eficazes, a transmissão do vírus continuaria, já que os medicamentos apenas diminuiriam o impacto da pandemia em número de casos graves e mortes.

Nova vacinação

Os governos dos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unidos já se preparam para aplicar milhões de vacinas de reforço em suas populações ainda este ano, no início do próximo inverno (dezembro a março, no hemisfério norte). O Reino Unido já comprou 60 milhões de doses de vacinas e deve antecipar a vacinação a partir do outono (setembro a dezembro). Os EUA têm um excedente de 300 milhões de vacinas em estoque e a União Europeia assinou contrato para receber 1,8 bilhão de vacinas até 2023.

Registrando que pouco mais de três meses após a detecção do vírus, já havia mais de 4 milhões de pessoas infectadas e perto de 300 mil mortes. No presente mês (junho/2021), as mortes já chegam perto de 4 milhões, com mais de 175 milhões de infectados, mesmo com a introdução de várias vacinas para combater a pandemia.

Na Indonésia, por exemplo, 350 médicos e profissionais da Saúde contraíram a Covid-19, apesar de estarem vacinados, e dezenas foram hospitalizados. A notícia foi divulgada pela agência Reuters, em 17 de junho.

Logo, a perspectiva de uma mudança substantiva em curto período no cenário de incertezas e dificuldades que se descortina para as nações e populações do planeta, se configura mais como peça publicitária do que uma expectativa real. Osterholm, inclusive, lança mão de uma frase de Wilson Churchill, primeiro-ministro britânico durante a 2ª Guerra Mundial, para definir a atualidade: “Este não é o fim, nem sequer o começo do fim, mas, talvez, o fim do começo”.

A frase do estadista inglês foi dita em discurso proferido no centenário prédio da Mansion House, de Londres, em 1942, logo após os britânicos expulsarem as tropas alemãs do general Rommel do Norte da África. Para muitos era a certeza da vitória. Mas, por certo, passaram-se mais de três anos até que a Alemanha nazista, enfim, se rendesse, em 08 de maio de 1945, encerrando uma trágica era de horror e mortes que marcou, de forma definitiva, a história contemporânea.


Sheila Sacks é jornalista e trabalha em Assessoria de Imprensa na cidade do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, RJ
http://sheilasacks.blogspot.com

 


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