Ronaldo Werneck
Give me the gun, Pumpy!
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Give me the gun, Pumpy! Vociferava o grandalhão-marfim John
Wayne – o protótipo do “herói” americano – para o ébano-gigante Woody Strode,
o Pump, na sequência-chave do filme de John Ford “O homem que matou o
facínora” (1962). Tempos em que a América-mundo girava em ritmo de faroeste –
onde caubóis nem sempre do bem matavam índios nem sempre do mal. E por
“índios” entenda-se qualquer bandido, mesmo bandidos não sendo. Tempos que
perduram ainda hoje.
Nos EUA, mais que em qualquer outro lugar, o
mundo realmente gira sobre si mesmo, como balas no tambor de uma revólver. Em
16 de abril de 2007, Cho Seung-Hui,um atirador enlouquecido, matou 30
estudantes na Universidade Virginia Tech, em Blacksburg. Bush, esse ser
presidencialmente inacreditável, declarou que os estudantes “estavam no lugar
errado na hora errada”. Parece autorreferência.
April is the cruelest month, escrevia
o poeta T.S. Eliot. Já Ezra Pound, outro grande vate, dizia que os poetas são
as antenas da raça. Fica então a pergunta: a reincidência desses massacres
americanos em abril, este “mês mais que cruel”, contribui para confirmar o
poder de vaticínio, de antecipação da poesia?
Matança tá na moda. O
mundo, “esse deserto aborrecido”, continua a confirmar o título de minha
crônica anterior. Vejam no link a seguir a segunda das três crônicas sobre a
barbárie que hoje impera nesse deserto aborrecido.
https://ronaldowerneck.blogspot.com/.../gotas-de-sangue...
Ronaldo Werneck,
poeta e escritor
MG
https://ronaldowerneck.blogspot.com/
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