16/03/2021
16/01/2022
Ano 25
Número 1.256



 


ARQUIVO
RONALDO WERNECK

 

Ronaldo Werneck




O MORRO DESCE A ENCOSTA SOBRE A TRISTE OURO PRETO

Ronaldo Werneck - CooJornal



Há exatos treze anos eu escrevia um poema sobre Ouro Preto, tendo como epígrafe um daqueles alexandrinos perfeitos de Bilac: “Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove”. Falava da chuva que caía incessantemente, “chove/ sobre a casa dos contos/ sobre o ouro dos pretos/ a cântaros chove/ sobre o barro e o drama/ no oco de seus cantos”. O poema era dedicado ao meu amigo Angelo Oswaldo, ex-presidente do Iphan e ex-ministro interino da Cultura. Imagino agora a tristeza do Angelo Oswaldo, atual prefeito (exercendo o quarto mandato) da cidade, com o desabamento do Morro da Forca (fatídico nome) sobre o Solar Baeta, um dos muitos imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. “Viver é muito perigoso, já diria João Guimarães Rosa, mas em Ouro Preto nessas épocas de chuva intensa, esse risco é maior ainda” – afirmou ontem Angelo Oswaldo, de frente para a tragédia. Penso na tristeza do meu amigo, um dos maiores conhecedores do barroco mineiro, que sempre lutou pela preservação de nosso patrimônio histórico. Enquanto isso, como digo em meu poema, “chove/ ladeira acimabaixo/ preto céu chove/ sobre a cidadouro/ em cinza encastelada”. No link a seguir, o poema completo, premonitório, como a cumprir seu destino treze anos depois.
https://drive.google.com/.../1bVkx2xY64Qh3rozW2Lu.../view.... 





Ronaldo Werneck,
poeta e escritor
MG

https://ronaldowerneck.blogspot.com/



Direitos Reservados
É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação eletrônico ou impresso sem autorização do autor.