16/02/2025
Ano 28
Número 1.405




 

ARQUIVO

PEDRO FRANCO


 


 

 


Josadib Japour


É homenagem e de início vale dizer que sei pouco sobre quem dá título à crônica. Trabalhava lá pelos idos de 1950/60, na Rádio Mauá e fazia parte da equipe de esportes de Orlando Baptista, que tinha também na equipe Januário de Oliveira. Sobre esportes informava bem e o locutor e chefe da equipe, fiz prova radinho de pilha e no Maraca, assistindo o jogo e era o locutor mais fidedigno ao que acontecia em campo. Quando um time fazia gol, além do grito de gol, dizia bota no meio Frederico (o nome representa o do juiz do jogo). Meio era o meio de campo e a ordem vinha para o juiz dar nova saída. Hoje, com os centros de treinamentos, os valorizados CTs, não há reportes setoristas, que acompanhem os grandes clubes, no caso do Rio, Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo. América e Bangu e mesmo São Cristóvão e Madureira já tiveram mais realce. E as rádios tinham equipes de esportes, que cobriam os clubes principais, locutores ditos setoristas. E volto a Josadib Japur. Eu era ouvinte da Rádio Mauá, daí conhecer e me parece que havia um irmão do chefe na equipe. Oswaldo Baptista. Escrevi, escrevi e nada de tecer loas ao homenageado. Que morre e aí vem meu destaque. A Irmã Japur fala do irmão falecido, ela muito emocionada, mostra sua vida modesta e contando que sua existência era a Radio Mauá. Parente falando de falecido, pode ser perigo e joio vira trigo. No caso foi trigo mesmo e com muita verdade. Uma vida modesta, direcionada honestamente e com dedicação ao seu trabalho. A vida do meu irmão era a Rádio Mauá e sua equipe de esportes. Como dedicar-se ao seu mister e com devoção, é fato raro e de suma importância. Nestes tempos que, só vale quem tem, encontrar figuras simbólicas, como Josadib Japur é acontecimento meritório. Parabéns, ainda que muito atrasado, locutor Josadib Japur. PS. Fui ao Dr. Google e há pouco coisa sobre quem nos dá o título. Só que me corrigiu no verdadeiro nome. É Josadib Japour. Vou trocar o sobrenome no título, mas nos resto fica a fonética, que guardei e já se vão mais de setenta anos. Diga-se que a entrevista da irmã foi marcante e com lágrimas de amor...

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Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RIO.
Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral

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