Marilyn Monroe, Blonde e Ana de Armas |
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Acabei de
assistir ao filme “Blonde” e não gostei. E fico longe de meter-me a crítico de
cinema. E conto logo algo relacionado ao assunto e ocorrido há mais de 60
anos. Meu segundo livro foi coletânea de sete escritores universitários, em
início de carreira e dele preservei duas amizades, Milton Ximenes Lima e João
Paulo dos Santos Gomes. Um dos sete, que escreveu contos na tal coletânea,
“Heptateuco”, tinha acesso a O Globo e assim os sete penetraram no grande
jornal. E conto algo, porque é rata relacionada ao cinema. Convidam-me a
almoçar no Jornal e fico em mesa de jornalistas novos, cordiais e alegras.
Passa pela mesa o consagrado crítico Ely Azeredo e o jornalista era mais
velho que o grupo da nossa e assinava a coluna cinematográfica do jornal, há
muitos anos. E era muito crítica comentada, que tinha um bonequinho, que de
acordo com sua posição, classificava o filme e depois então vinha a crítica do
mesmo. E vejo que os mais novos, que me faziam as honras da casa, não
mostravam simpatia por quem era responsável pela coluna cinema com o
bonequinho. Então comentei a crônica do dia anterior, que julgou o filme ”Os
inocentes”, com Debora Kerr. Vendo o clima, dei meu pitaco.
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Ontem me parece
quem escreveu a crônica, só que não entendeu o filme. Éramos oito jovens à mesa
e estourou gargalhada geral, que não entendi. Quem se sentava ao meu lado e
estava sendo especialmente gentil, rindo me contou. O jornal comprou, da
figura que passou, o bonequinho, e pela primeira vez não foi ele quem comentou
o filme. Fui eu, FF. E os colegas então me deram razão, a crônica foi malhada
e, rindo, FF me agradeceu o comentário. Comia salada e minha gafe foi tal que
a batata do meu prato foi parar fora do prato. E o almoço continuou alegre e
FF permaneceu gentil. Então de crítico de filme estou por fora e mesmo assim
não gostei de Blonde. Fui a outras fontes, Marilyn. Depois de assistir Blonde e
acredito que Ana de Armas está longe de ser Marilyn, como estaria qualquer
outra atriz que a fosse representar. Nada especialmente contra a cubana Ana,
só que MM era diferente, especial. Ninguém foi mais Marilyn Monroe. Era
docemente levada e tinha um modo próprio entre ingênua e maliciosa, que não
mais vi. Certos filmes parecem fugir inteiramente da realidade e julgo que
Blonde saiu assim. Outro exemplo. No “O estranho caso e Benjamim Button”,
filme baseado em conto de Scott Fitzgerald, trocaram o essencial do filme, as
idades, e ferraram o enredo. Salvaram-se os “defeitos especiais”. Volto ao
Blonde. Não me parece que Marilyn fosse a tonta, boba, apresentada no filme.
Vide outras fontes sobre MM. E o filme poderia ter duração menor e sendo menos
inverídico. Enfim, quem o assistir poderá melhor me criticar. Ou dar razão.
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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