Músicas com conotações emocionais e pessoais |
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Ao acaso vou às minhas
músicas populares preferidas e em determinadas escolhas foi a fase da vida,
que a determinou e não um acontecimento musical. Exemplos: “Lumiar”, “Gostava
tanto de você” e “Estate”. “Saudades da Amélia” tem um motivo. Primeira música
que dançamos, tínhamos 17 anos e estamos com 88. Aos 63 anos de casados, a
comemoração seria no domingo e a família chegaria no sábado para as mesmas.
Estávamos na Pousada Altenhaus, Itaipava e em dia da semana. Fui a
supermercado e Maria Helena ficou tomando um solzinho no gramado; No
Supermercado vi florzinhas em vaso de plástico. Flores modestas em vasinho de
plástico, dez reais e estávamos em 2021. Pensando que fazia a entrega do
vasinho na moita, fui flagrado por três senhoras, amigas, que também se
hospedavam. Soubemos depois, para comemorar a antiga amizade de ginásio. Viram
a singela entrega, perguntaram o porquê da mesma. Contei e fizeram festa.
Quantos anos de casados, que música tinham e a manhã de Itaipava ouviu, vinda
do celular de uma das alegres e gentis senhoras, “September Song”. Era nossa
música, porque muito de nossas idas e vindas no namoro aconteceram em
setembro. Então está explicada a September song. E chego e fico na “While my
guitar gently wheeps” e vale dizer que temos dois filhos, que muito nos
amparam, idem cônjuges e netos. E o meu colega em artes médicas, no caso
cardiológicas, tem banda há 37 anos. Trupe Limousine e se vou falar na mesma,
fujo do tema, minhas músicas eternas. E o Diniz sola e solou muitas vezes
While etc e já vi na Lapa a moçada parar de dançar, para aplaudir o solo e de
modo absolutamente espontâneo. Apoteose! É pois música das prediletas. Largo a
Trupe e descubro que Mestre Zé Ramalho da Paraíba, em 2009, solou e cantou,
acompanhado apenas de acordeão, a While etc. Meu panteão de músicas do Zé tem
“Frevo mulher” e cantada por Amelinha. Largo também o Zé e fico na ambientação
da gravação. Ambiente modesto, tipo preparado para a gravação pobre. Até
mulher fingindo dar tapa na cara de gajo atrevido. Encenação. Casal dançando
enfiado, nada contra, casal de moça grande e aparatosa com parceiro baixinho,
cheirando a grana, vejam, escrevi grana e que o politicamente correto me deixe
escrever e chego a um dos clímax da crônica; Jovem loura dança a canção While
etc e me fixo nela e em sua alegria de dançar. Encanto, Parece que a moça
dança para ela, alegre, cabelos louros, rodopiando. Depois aparece um rapaz,
que é episódico. Por digitações largo a moça e sua alegria, sua Aleluia, para
ir a outro clímax de alegria. Jorge Benjor ia cantar “Ela já não gosta mais de
mim”. Gal Costa está na plateia. Talvez fosse combinação e pouco importa.
Jorge a chama. Ela sobe ao palco e toma minha atenção. Está alegre, sambando
com classe. Retorno ao tema pura alegria. Então acima larguei o Zé e fiquei na
moça loura, que dança e dança e dança. Um hino à vida. Da mesma forma que Gal
está, em momento especial. De graça! Cada um que procure seu momento, especial
de encanto. Graça! Para mim as duas foram especiais, E que cada um procure as
suas e espero que, ao achar e pode até ser voo de pássaro ,que lhe traga tanto
encanto, quanto as duas trouxeram de emoção e alegria a um velho digitador.
Obrigado jovens e eternas saudades Gal Costa.
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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