Tim Maia for ever |
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Vai estrear na Globoplay série de três episódios com este título. E se pode
dizer muito sobre Tim Maia, deixo para depois e prefiro ir ao título. Sei que
são importantes, só que, quando escrevo, parece-me fácil titular. Tive amigo
poeta, que tristemente a Covid levou, que contava. Pôr título no que escrevia
e ia também ao conto e a crônica, era tremendo perrengue e se espantava por
não perder muito tempo em arranjar título, para o que escrevo. E já mudei
títulos após o término da obra, obra no sentido de escrito e não de valor. A
que chamei Lili, pode virar A inovadora. E títulos para obras traduzidas
também complicam. Muitas em tradução do inglês pegam mal e esta melhoria no
exemplo pode ser só eufônica. A peça “A streetcar named desire” (Tennessee
Williams) virou Uma rua chamada desejo. E o bonde virou rua. E há quem apanhe
título dos outros e mande ver. Do poeta John Donne. “Por quem os sinos dobram?
A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por
isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. Mestre
Ernest Hemingway gostou dos sinos e lá saiu romance com o título, ainda que
apresentasse o poeta e seus sinos no início do livro. Não escondeu Donne. Vale
dizer que neste ano de fim da desgraça Covid 19 e outros males, 2022, fui
reler o livro de Papa Hemingway e o julguei lento demais e anteriormente,
talvez porque fosse menos exigente, não reclamei da morosidade e conversas e
conversas demais, antes de partirem para dinamitar. Confesso que não sei se
chegaram a explodir a ponte, pois deixei o livro pela metade, não me lembro da
primeira leitura e fui a um Leonardo Padura, que anda célere com seus enredos
cubanos especialmente nos policiais com o detetive Mário Conde. Rever obras
apreciadas em longínquo passado, é complicado. E com a liberdade que crônica
despretensiosa permite, volto ao Papa em Cuba. Morada Finca Vigia, a 30 km de
Havana. E recebe ilustre visita. Ava Gardner. Meninos e meninas, se não a
conhecem, corram ao Google. Das mulheres mais belas que a raça humana viu. E a
bela sente calor, Havana é quente. Banho noturno.de piscina. Maiô preto
retirado, mergulho e Papa manda bem. _ Nunca mais troquem a água dessa
piscina. Então voltemos a títulos e alguns puristas reclamarão do for ever.
Uma língua deve receber ajudas, mesmo se for rica, como é a última flor do
Lácio. E nem vou tocar em vespeiro, dizendo que grande autor, de fato
apreciado e como tem defensores ferrenhos, precisa de dicionário para ser
entendido plenamente e já há. Com tantos neologismos escreve em Português, é
lido em Português e precisa do auxílio de dicionário! É de Mário Quintana.
“Quando alguém pergunta a autor, o que quis dizer, um dos dois é burro.”
Queixas ao Quintana e não a mim. Oh tristeza literária! Mário Quintana por
três vezes tentou à ABL e foi derrotado. Será que os três vencedores não
tiveram pontinha de remorso? E mais ou menos voltando ao titulo e até mais ao
cantor, vale dizer que nos estates foi baby sister. Tim Maia babá de criança?
E o artigo do Nelson Motta, que dá título à crônica, conta que Tim Maia era
complicado, só que o Tião, Sebastião de batismo, era muito terno. Será, ou é
mais uma história da carochinha. Para terminar e não deixar dúvidas. Irei ao
Globoplay e muito animado, porque vai ter boa música. Sendo mais verídico. Se
souberem separar trigo do joio, terá até “A rã” de João Donato e Caetano
Veloso e também “A Festa do Santo Reis” (Márcio Leonardo), “Azul da cor do
mar”, do próprio Tim e principalmente,. ao meu gosto, “Gostava tanto de você”
(Edson Trindade). E outras e outras de valor e com o ritmo inigualável da
Banda Vitória Régia. Valeu Tião!
Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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