Depois da borrasca |
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Haverá bonança? E será necessário
refletir sobre o passado e nem me venham com o passado já passou. Passou, só
que deixou ensinamentos para o mundo e para cada país. Qualquer indivíduo com
neurônios funcionando percebe que se determinados gastos fossem diminuídos, em
pelo menos dez por cento, o COVID 19 estaria já com vacina pronta e muitos
outros problemas mundiais, ligados à saúde, resolvidos. Verbas para viagens
interplanetárias, para artes bélicas, inclusive atômicas, para malfeitos e
corrupções, poderiam ser diminuídas. Não, não aceito malfeitos e corrupções,
só que os há e haverá, não carrego dúvidas. Vejam que não falei em não ter
estas determinadas verbas, recomenda-se apenas diminuição em dez por cento, ou
algo assim. Só que o fato esbarra na inexistência de líderes mundiais
sensatos. No Brasil os partidos políticos tinham que existir, para dar
opções cabíveis aos eleitores. Que partido tem uma doutrina de conduta
sensata? Li que o brasileiro não só põe lixo nas ruas, mas coloca também nas
urnas. Há raras exceções, para não ser radical. E se apontei para a
necessidade de levar mais dólares às pesquisas na área de saúde, temo que esta
área, onde há indústria por trás e da pesada, valorize em excesso, algo que
pode ser desvantagens nos tempos normais. Telemedicina tem campo muito
restrito e nunca pode negar a possibilidade do binômio médico – paciente
funcionar. E sem correrias nas consultas médicas. Correrias, que são
explicadas e nem por estas explicações aceitas, pelo preço de manter o
funcionamento de um consultório médico e precisar atender um maior número de
pacientes, são tecnicamente deploráveis. Quase todos profissionais recebem
honorários de Planos de Saúde. Chamar de honorários soa até como piada. E é
absolutamente necessário ter ANS atenta, para não deixar ocorrer com
importantes planos de saúde, fatos já ocorridos. Depois que o plano já falhou,
a Agência avisa: faliu. E algumas vezes já tinha elemento atuando nestes
planos por longo tempo e, aceitando verificações externas e espúrias, tipo
firmas de auditorias internacionais e com títulos em inglês e agenda de venda
deixou o barco naufragar. Passado recente mostra danos para interessados e
cooperados. Portanto que um recurso em época de pandemia, consultas virtuais,
logicamente menos onerosas, não devem ser empregadas, porque paciente e médico
devem estar travando as batalhas doenças, vis a vis e o médico empregando de
forma plena sua arte/ciência. Enfim não há doenças e sim doentes, o
Conselheiro Acácio de Mestre Eça já nos dizia. E não se pense que sou contra
Planos de Saúde e lastimo até quem não os tenha. Só que em países evoluídos há
que fiscalizá-los e de forma criteriosa. Portanto há muita coisa no
Quartel de Abrantes, que não pode depois da borrasca COVID 19 ficar como
dantes. E, lamentavelmente, vaticino, ficará. E na volta a esta
superficial normalidade, que esperamos viver, pós este vírus e outros, que se
busque um pouco de romantismo para a vida, principalmente para o dia-a-dia a
dois. Fontes românticas é que não faltam. E o romantismo, se sincero, não
artificial, é adubo ideal para o amor, omnia saecula saeculorum, para a paz e
a felicidade.
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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