Generalidades legais e até o politicamente correto
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Todas as famílias são iguais, só trocam os endereços. Olhe, conheço
famílias ótimas, normais e até péssimas. E, queiram ou não, todos sofrem
influências das pessoas que compõem a família. E apressados podem dizer que
filhos de famílias ruins, são pessoas ruins. Negativo, filhos de famílias
ruins, com sentido de crítica e se sofreram, têm em mente construir famílias
felizes, para que filhos não passem pelo que passaram. E filhos de famílias
ótimas podem ser nocivos, por tendências pessoais, ou porque julgaram que
aquele tipo de família era o melhor e desejável e deixaram só sins para os
filhos. Há um mundo de variantes, idem influências, o meio condiciona, só que
muitos, para o bem, ou para o mal, tomam caminhos antagônicos aos
protagonizados pela própria família, para serem afetivos, ou agressivos. Então
a educação familiar vale, ora se vale, mas o âmago pessoal ainda bem que
importa muito. Então tudo fica na mão da família e do próprio? Não, o Governo
do País também pode ajudar na evolução pessoal e familiar. Acredito que o
Estado quis acertar, quando tentou não obrigar pais a colocarem filhos na
escola. Não sei se esta lei passou, ou não. Se passou, por melhor que sejam
suas intenções, foi tiro no pé, face à incultura da maioria da população. A
lei, no caso, pensando na burguesia e não pensem que sou contra a burguesia,
os pais tirariam seus filhos da escola com argumentos, que julgo duvidosos, só
que com as melhores intenções e mestres de cultura providenciariam a
preparação cultural daqueles jovens, cujos pais, abastados, não mais serão
obrigados a colocar filhos em escolas. E a socialização, que o convívio
escolar permite? E a tal lei, feita talvez para países escandinavos, propunha
que pais ensinassem os filhos em casa. Parece piada, até porque o contingente
de pais analfabetos, ou quase, é enorme e assim não pode ensinar os filhos?
Tira o filho da escola e põe para trabalhar no campo, que a vida está difícil.
E a lei previa aferições pontuais dos alunos, alunos que moram do Oiapoque ao
Chuí, que moram em buracos, onde alguém perdeu as botas e haverá fiscais
nestes ermos. Um verdadeiro febeapa (festival de besteira que assola o País)
de Sérgio Porto. Será que a lei passou? Se foi barrada, alguém tentará
validá-la, quando julgar oportuna. Será que está sendo cumprida ao pé da letra
e que a máquina governamental, já inchada, vai ter fiscais para estudar o caso
de cada criança moradora nos cafundós? E este tipo de educação em determinado
país já deu certo e vem tese de mestrado que foi aprovada com louvor. Tudo
coisa de gabinete, utópica e sem olhar a situação Brasil. Então toda a lei
educacional é igual, quimérica e não adaptável ao estágio Brasil? Há leis
ótimas e há leis que foram pensadas apenas em função da próxima eleição e no
seu valor para ganhar o voto da patuléia. Será que patuléia pode, ou contraria
os ditames do politicamente correto, que nada mais é que censura. Então está
legal, todas as famílias são iguais, só se mudam os endereços. Tudo como
dantes neste sofrido quartel de Abrantes.
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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