Fluminense Futebol Clube e alguns tópicos
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Estádio fundado
para ser palco de campeonato sul americano. E o hino, dos mais bonitos dizia:
Cativa pela sua disciplina. Com as últimas diretorias, troco para
indisciplina. Que pena! E como Xerém produz craques! E muitos ganham o
indevido. Por quê? E afora na pandemia compraram o Fred, que já jogou bem.
Julgo que o jogou diz o que penso. Castilho. Carlos José Castilho, em
época de profissionalismo, o goleiro reserva em quatro copas do mundo, fechava
o gol no Fluminense. Apresentou problema em dedo, custava a ficar bom e poder
voltar ao gol. Se tirar a falange, volto logo? Volta. E mandou tirar a
falange. Telê Santana. Fio de esperança. Grandes escaramuças; ele ponta
direita e Nilton Santos lateral esquerdo pelo Botafogo. E em fim de campeonato
o centro avante se machuca. O Fio é escalado no lugar dele, faz gol e Flu
campeão. No final da trajetória foi jogar no Madureira, que perdeu para o Flu
de 4 a 1. Só que Telê marcou o gol e as duas torcidas comemoraram o gol, mais
até a do Fluminense, que saudava seu grande ídolo. Depois foi técnico
espetacular. Bigode. Bigode foi da seleção que perdeu para o Uruguai no
Maracanã e fez nome jogando pelo tricolor. A perda da copa do mundo, que teria
medrado e não medrou, pesou na carreira dele. Foi para o Fla. Foi campão pelo
Fla (dissidência do Flu). Conta a lenda que na comemoração do título, tirou a
camisa do Fla e por baixo desta estava a camisa do seu coração, a do
Fluminense. Imagina se nestes dias truculentos faz isto?
Avião. Durante a
Grande Guerra e toda a guerra é pequena, o Flu doou um avião à Força Aérea
Brasileira.
João Coelho Netto, filho do escritor Coelho Netto, foi jogador
símbolo do Fluminense e marcou o primeiro gol da seleção brasileira fora do
País. Só que ninguém o conhecia pelo nome e sim pelo apelido, Preguinho.
Conta-se que os filhos do escritor eram levados da breca (expressão tirada do
baú) e muito aprontaram em Laranjeiras. E o Barão do Rio Branco vai visitar o
escritor e os filhos de Coelho Netto gritam careca, careca. O Barão faz cara
feia. Coelho Netto, contrito, desculpa-se. Os filhos dos empregados não têm a
mínima educação. Desculpe-os, Barão. Tinha lá meus oito anos e fui ver
Fluminense e Vasco no campo deste. Meu pai tinha amigo sócio proprietário do
clube e ficamos com ele na social do Vasco. Estreava um jogador uruguaio no
Flu, Invernizzi. Batatais, um dos nossos melhores goleiros de todos os tempos,
findava sua carreira. E o Flu faz gol. Grito. Gol. Olhares zangados e bronca
do pai. Ficou nisto. Nestes tempos violentos seríamos surrados. Bons tempos
aqueles, que na geral os geraldinos se confraternizavam. E não querendo dar
cores tristes à crônica, passo por cima do final de vida de Batatais. O
Fluminense Futebol Clube carrega um pouco da história do Brasil, ainda que não
seja melhor que os outros clubes, concebe-se diferente e mesmo no dizer do
teatrólogo Nelson Rodrigues assim é. “Vários clubes têm três cores, só o
Fluminense é tricolor.” Infelizmente não há como fazer a lógica reclamação ao
autor. E como há fantásticos torcedores do Clube e seria lista de páginas e
páginas. Diga-se que o clube foi fundado por Oscar Alfredo Cox, seu primeiro
presidente, em 21 de julho de 1902. Presidia e jogava futebol Escrever a
história do clube não cabe em crônica, assim me voltei ao futebol. Termino com
exceção não futebolística. Único clube no Brasil com a Taça Olímpica, auferida
em 1949. Passei em 1952 vinte dias semi concentrado (8 às 21 horas) na sede do
Fluminense pela seleção carioca de basquetebol juvenil. E se já era tricolor,
ainda que jogasse pelo Grajaú Tênis Clube, a paixão se solidificou.
Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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