“Otoridades” etc
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Vivemos em Pais de muitas autoridades ao menos distorcidas e em função
pública. E até posso acreditar que em muitas nações ocorra o mesmo fenômeno,
especialmente nas não democráticas. Hoje dirigia para ir ao trabalho, ganhar
meu pão de cada dia. Emparelhei com automóvel da polícia, andando bem devagar.
Para entrar à esquerda (por favor, nada a ver com política), era necessário
fazer um balão, cento e cinquenta metros à frente. E o automóvel da
autoridade, ainda devagar, virou a esquerda, sem usar o necessário balão. E se
foi lento e provavelmente apreciando a manhã deste janeiro de 2020. Multariam,
acredito, quem não fizesse o balão, só que eles mesmo, sem pressas, por que
fariam o balão? Eram policiais atuando e balas perdidas infelizmente não
respeitam fardas e lamentavelmente muitos morrem nesta mui linda e saudosa São
Sebastião do Rio de Janeiro. Lamento acerbamente as perdas de vidas de
policiais, de cidadãos em geral e especialmente de crianças. Reclamando da
feitura do balão, pode parecer birra contra a autoridade e não é. Bato-me pelo
princípio que a lei é para todos. Em ação, atrás de bandidos, que esquecessem
o balão e pé na tábua. Devagar, flanando, têm que fazer o balão. E neste
governo e também nos anteriores muitas “otoridades” existem e até as que fazem
bom uso da última flor do Lácio. Acabou um pouco o sabe com quem está falando?
Ainda que alguns tenham diferenças com as artes, fato muito lamentável. E
autoridades e autoritarismos são confundidos e não só nas demagogias e nas
corrupções, mas até em desrespeitos imotivados às normas vigentes. Quando a
ordem for de Direito, Legal e Moral, seguida e até em pequenos fatos, é
possível que o País melhore e não empurre seus mais bem preparados filhos à
emigração. Os jovens se danam até mais com estes desvios de autoridade e me
espantou saber que Darwin quando cá esteve, fevereiro de 1832, louvou flora e
fauna do País, suas belezas naturais, ainda que escrevesse que os brasileiros,
com quem conviveu, eram burocráticos e corruptos. Criar dificuldades para
vender facilidades é moeda em muitas funções, sendo, mui lamentavelmente, mal
que grassa feito erva daninha. Temos máquina estatal emperrada, lenta,
onerosa, nos três poderes e cheia de autoridades, que ao mínimo arrepio,
correm ao autoritarismo e até ofendem quem pensa quem o injuriou e muitas
vezes estava esboçando crítica construtiva e apenas defendia a lei e os
interesses de desfavorecidos perante autoridades Estas muitas vezes, basta
abrir jornais, soltam respostas irrefletidas e ofensivas, não de acordo com a
autoridade que exerce e por força de voto. É apenas autoridade representante e
não mais, nunca acima da lei, da ordem e da civilidade, que engloba até a
necessidade de reconhecer o valor da Cultura. E vendo um balão não executado,
segui pensando nas autoridades, nas otoridades e enfim cheguei ao
estacionamento, que... Isto é outra história, se não houver a pedra de
Drummond no meu caminho.
Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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