“Em cada coração um pecado”
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Este foi filme cujo título original era “Kings Row”, nome de uma cidade.
Dirigido por Sam Wood, com elenco de peso: Ann Sheridan, Robert Cummings,
Ronald Reagan (aquele que viria a ser presidente), Charles Coburn e Claude
Rains. O filme foi indicado para o Oscar em 1942. Quem arranjou então o título
em português, que vai merecer a crônica? Infelizmente não cheguei ao autor,
bastante imaginativo. E será que cada coração abriga um pecado? Permitam-me
deixar os pecados para o cérebro e reservar o coração para o amor, ainda que
inúmeros pecados ocorram em função do nosso principal sentimento. Eta frase
tipo cascata! Muitos defendem o não pecado e até já se cantou que (Chico
Buarque e Rui Guerra) “não existe pecado do lado de baixo do equador”. Adiante
se vê que alguns doutos defendem que não há culpas. E arrolam argumentos com
bases psiquiátricas de respeito. Culpas não existem e o que as motivou sim e
representam reações aos estímulos sofridos. E até concordaria, se antes de
reações cunhássemos um descabidas. Dois seres enfrentam problemas semelhantes;
um reage bem e supera a fase, outro por causa do problema enfrentado, passa a
ferir os no em volta e sempre. Já sei, os defensores da não culpa dirão que os
problemas enfrentados pelos dois eram apenas aparentemente semelhantes, visto
que o meu verde não é igual ao seu verde. Desculpa-se ambos, que reagiram
apenas de acordo com vivências e sapiências. De acordo, apaguemos culpas e
vamos às redenções. Teimo não apagar culpas e até sugerindo que cada um
garimpe as auto culpas. Flagelação? Nunca e que cada um se desculpe o quanto
quiser e puder. Desde que não reincida nos mesmos erros, se é que chegou à
conclusão que os cometeu. E um simples escritor diário de uso interno, um
comprimido após café e jantar, propõe, depois de arengar nas linhas acima, que
cada um tenha vida voltada para o próprio bem e sem esquecer os conviventes,
dependentes diretamente, ou não. Concebo que o autojulgamento muitas vezes é
difícil, torna-se complicado o distanciamento dos fatos ocorridos e que o
levou ao acerto, ou erro, ou à cabível desculpa. Mutatis mutandis, permitam o
latinório, os pais só iriam ao sim, nunca ao não e até baseado no menestrel
Wando (música “Fogo e paixão”), que sua amada era sempre o seu sim e nunca o
seu não. Fecho esta aconselhando, principalmente que no amor há que ter
cuidado com os próprios erros, já que idealizar o amor é fácil, vivê-lo no
cotidiano e com tentativas de eternidade, evitando que os dois corações
abriguem pecados, é difícil? Quase impossível, só que os que conseguem estes
corações amáveis e puros, caminham nas barras do paraíso. Que tal um filme Nas
Barras do Paraíso? Escolho para o filme três atrizes: Letícia Sabatella,
Camila Pitanga e Ana Paula Arósio. O resto do elenco é da escolha do diretor.
Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco.
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