“Amigo é coisa p´ra se guardar do lado esquerdo do peito”
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Fernando Brant foi dos melhores poetas brasileiros. Se morreu em 12 de junho,
dia dos namorados, vale a homenagem à poesia de Fernando Brant, letrista de
Milton Nascimento no início da carreira do cantor compositor. Brant era membro
proeminente do mineiro Clube de Esquina, que tantas alegrias nos deu. E me
nego a entrar na tola discussão, se letristas de música popular é poeta. É e
os há ótimos. Nego-me também a discutir se Chico Buarque é poeta. É e dos
melhores da última flor do Lácio. E não confundam ideias políticas com as
obras meritórias. Voltando ao título. Sempre que se escreve em países de
idioma lusófono, a partir de 1960, dificilmente a frase não é lançada
literária, ou coloquialmente, quando a amizade é abordada. Apenas porque é
genial. Muitas vezes um parceiro encobre o outro e mesmo sem querer, pois, o
primeiro é por próprio valor e em música, se canta, aparece mais. Quantos
ficaram na sombra e não estou acusando sóis. Newton Mendonça, Erasmo Carlos,
Fernando Brant e há muitos outros exemplos. De vez em quando um coautor, ou
autor da letra, ou da música, fica escondido e muitas vezes os dois estão sob
as gambiarras dos palcos. Sabe que “A rã’’, cantada por Tim Maia, de João
Donato tem letra de Caetano Veloso? Muitos amigos e amigas me contam que
acordam com determinada música na cabeça pela manhã e nem sabem bem porque o
subconsciente a colocou a tocar na matina de cada um. E hoje era dia de
acordar com alguma música de Milton Nascimento, das melhores vozes do mundo e
em todos os tempos, em parceria com Fernando Brant. Ouvi CD em que vários
cantores mundiais homenageavam os Beatles e Milton Nascimento cantou
espetacularmente “Hello Goodbye”, créditos da música para Lennon/McCartney,
ainda que a Wikipédia contrarie o crédito e o passe integralmente a Paul
McCartney. Para mim foi a melhor interpretação do CD, a do voz de anjo
barroco. E eu mando lá no meu subconsciente? Acordei com “Vida de bailarina”,
não sei autores e era cantada por Ângela Maria. Sua cantora predileta? Não e
sem que a negativa seja qualquer demérito, até porque se me pedirem que liste
as dez cantoras brasileiras, na minha Ângela Maria estará. É hora de salvar a
crônica neste trecho e me socorrer no Google, para ver direitinho a letra e
autores da vida da bailarina. Abro parêntese, o Google pode informar e
desinformar. Coloquei o título da música e refresquei a memória que minha
cantora predileta, Elis Regina, cantou Vida de bailarina e com sua verve, idem
Maria Rita e outras. E alguns sites dão a autoria ao cantor, como se este
fosse o autor. Não há cuidado de pôr a autoria, o que é no mínimo desrespeito.
Vida de Bailarina, de Chocolate e Américo Seixas, com certas flores aparecendo
na letra, “não vivendo p´ra dançar, mas dançando p´ra viver”, entre outras. Só
que está tudo bem, tentei fazer justiça a Chocolate (também autor de Canção de
Amor com Elano de Paula, linda na voz de Elizeth Cardoso e das músicas
prediletas de Maria Helena) e Américo Seixas. Persisto, hoje o subconsciente
deveria ter me feito acordar com, por exemplo, “Nos bailes da Vida”, Fernando
Brant e Milton Nascimento”. Troquei a ordem por modestíssima homenagem ao
poeta, que tanto produziu de belo para a música. Logo para a poesia. Viva o
dia do (a) amigo (a).
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco
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