Hay gobierno?
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Soy contra. Indivíduo salta em ilha e a primeira pergunta que
faz ao ilhéu, que o recebe, é se há governo. Sim, há. Pois, sou
contra. Mesmo sem saber quais os defeitos ou qualidades daquele
governo, ou as necessidades daquele povo, daquela ilha. São indivíduos
de determinada estirpe negativa. Estirpe era muito usada pelo
ex-presidente do Fluminense, Francisco Horta, o do vencer, ou vencer!
Parêntese. Este FH deu uma de FHC, ótimo primeiro mandato e no segundo
soy contra. Quem não encontra na convivência os que sempre são do
contra e nem anarquistas podem ser, porque não têm estrutura para tal?
Muitos são permanentemente contra o governo e por razão fundamental,
querem estar lá e raras vezes têm intenções puras. Soy gobierno e
quero continuar sendo, a que preço for. Ainda bem que muitos estão a
ver o sol quadrado por corrupções, formação de quadrilha e algo
chamado de mal feito, para encobrir crimes maiores. E clamam, sou um
poço de virtudes, incorruptível, verdadeiro cavalheiro sem pecha ou
medo, até que a casa cai e quase sempre injustamente no dizer de
trancafiados. Pegam-se a confrades e confreiras e tome choradeira e
pedidos de clemência, mundo a fora, até porque mundo a fora não
conhece nossos problemas internos, quiçá intestinais. Não acham que
chamar alguém de confreira dá conotação negativa? E por causa de uma
confreira se rasgou a Constituição Brasileira, na cara de todos e me
pareceu tão ruim o rasgo, quanto à posição de todos que enfiaram a
viola no saco e deixaram a lei maior ser espezinhada por dois,
apoiados pelos que tinham o dever de brigar pela lei e se calaram. A
Carta Magna determina que quem for afastado de cargo político, no caso
impeachment, perde direitos políticos. Nas barbas de todos, tendo os
porquês não ditos, dois, que presidiam o impeachment, resolveram
apoiar o ato maior, mas de bonzinhos, que caridosos são, não lhe
tiraram os direitos políticos. Então se não tiraram os direitos
políticos, não deviam ter dado o impeachment. A confreira é candidata,
só que isto é problemas das Alterosas e meu currículo está manchado,
que votei em alguém daquelas lindas terras na passada eleição. Volto à
dantesca cena do impeachment, ninguém de qualquer estirpe lutou pela
letra da Constituição e tudo continuou como Dantes neste Governo de
Abrantes. Como ninguém, com cargo para tal poder, berrou soy contra?
Todos, vaquinhas de presépio, vendo a vaquinha da pátria adentrar
ainda mais fundo no brejal das incertezas. Todos, os dois daquela
tristíssima cena do impeachment da confreira, são bons meninos que não
fazem xixi na cama. Agora, volto a setembro de 2018, candidatos
gritarão sou contra isto e aquilo, para angariar votos. Depois veremos
e veremos. Cuidemos de orar. Orar muito. E em quem votar? Aqui e acolá
dúvidas enormes por mais honestidade de propósitos que se tenha. Quem
é melhor para o progresso do Brasil e não me venham com utopias, ou
fanfarronadas, ou apregoações de palanques eleitoreiros.
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco
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