Dias disto e daquilo
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Passou o dia dos pais. Aleluia. E ouvi. Isto é invenção do
comércio. E com conotação absolutamente negativa. Não participei,
avisa. E o comércio comemora com ênfase o Natal, dia das mães, dos
namorados, do pai e o comentário desairoso será o mesmo, como se o
comércio estivesse esbulhando os consumidores, para vender mais. Que
quer vender mais é lógico e vender mais é benefício para toda a
Sociedade. Maior venda, maior arrecadação de tributos e com
repercussão positiva para a sociedade. E o espírito de porco, que
reclamou do comércio, vai perguntar, arrecadar mais, para os políticos
roubarem mais? Arrecadar mais nada tem com políticos roubarem mais e
vale perguntar ao tal encrenqueiro se o político, que ele escolheu, é
ficha limpa, foi corrupto, ou se houve bem? Quem põe políticos nas
câmaras são os indivíduos que votam. Deixo a questão voto e retorno à
necessidade do comércio lucrar, bem como a indústria, a agropecuária,
todos enfim, já que prosperidade gera prosperidade e que os governos
tenham órgãos que vigiem o lucro e dele usufruam parte e sem ser
guloso demais. Vivemos em sistema capitalista, que pode ser bárbaro,
ou não, aviltante, ou progressista. Os países em que se vive melhor,
não combatem o lucro, apenas o direcionam em benefício do povo e nunca
matando a galinha dos ovos de ouro, que lhes proporcionam impostos,
lucros governamentais, representados por todos os setores que
produzem, lucram e pagam tributos. E assevero que não estou copiando
trechos do Conselheiro Acácio de Eça de Queiroz e falando o óbvio
ululante. No sentido de combater o lucro, ouvi de deputado de
esquerda, há uns vinte anos, o seguinte absurdo. Parêntese, não estou
dizendo que toda a esquerda pensa igual ao tal deputado. Determinado
laboratório descobre um medicamento que se mostra muito útil. No
momento em que a droga mostra valor, o laboratório deveria perder a
patente, que ganharia o domínio público. Parece piada e não é. É
doutrina contra o lucro e abro aspas, “em benefício do povo”. Vamos à
realidade. Laboratórios pesquisam, visando lucro. Tudo bem. Vale
lembrar que muitas substâncias são pesquisadas, parecem promissoras e
na prática apresentam efeitos colaterais e os milhões, que foram
gastos em sua pesquisa, escoaram pelo ralo, porque ela, substância,
nos teste se mostrou nefasta. Para cobrir estes gastos, será
necessário que alguma substância daquele laboratório tenha sucesso, dê
lucro e então o laboratório continua pesquisando. Por que os estados
não pesquisam? E o estado brasileiro não é bom fiscal, vide as
agências reguladoras. Voltando aos laboratórios de pesquisa e a
necessidade de lucros, por que o governo não os tem em grande escala?
Por que raramente os estados sabem encaminhar pesquisas, que podem ter
sucesso, ou não. Então no dizer do tal político e que era deputado, o
laboratório pesquisava, se havia prejuízo este era dele, se tivesse
sucesso, perdia a patente e ficava a ver navios. Para que pesquisar
então? Que o estado deixe o laboratório pesquisar, se der lucro, bata
palmas e arrecade mais com o lucro do mesmo. Não acha que os
laboratórios podem ter lucros excessivos. Podem, se o Estado deixar,
se não regular lucros. Tirar-lhes as patentes seria um erro tremendo e
anti progressista, tipo tiro no pé. Estou sendo simplista em assunto
complicado. Ou se complica o fácil com doutrinas mirabolantes? Enfim
que o comércio lucre, que toda indústria lucre, para todos lucrarmos.
Então será dia dos pais, ou dos avós, ou dos namorados, que todos
comprem e, se tiverem sensibilidade, os compradores encontrarão
nuances para darem as datas aspectos emocionais, não mercantilistas,
de amor, ou fraternidade. Precisamos e muito merecemos lucros
emocionais e sem dar pecha ao comércio de nefasto, quando propagandear
os dias de comemorações. E viva Papai Noel!
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pdaf35@gmail.com
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco
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