01/07/2017
Ano 20 - Número 1.035
ARQUIVO
PEDRO FRANCO
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De Bezerra a Ben
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Quando um País passa por fase
tenebrosa, como o Brasil atravessa agora e não há como negar, tantas são
as evidências e de todos os cantos, governamentais e não governamentais,
aparecem novos fantasmas a assombrar o País, os pretensos salvadores da
pátria, charlatães, vigaristas, novos e antigos aventureiros e até loucos
de abano. Espanta-me também, quando encontro pessoas cultas e honestas
porfiando por grupos políticos errados, que no passado foram certos. Uma
espécie de uma vez Flamengo sempre Flamengo. Será que sentem vergonha de
mudar de conceito, se não de conceito, mudar de apoio, aos que não
seguiram os conceitos prometidos? E pode parecer que sou contra uma vez
Flamengo, sempre Flamengo, quando não sou, ainda que não vista o manto
sagrado e porfie pelo tricolor (vários times têm três cores, mas só
Fluminense é tricolor. Se julgarem a frase absurda, reclamem com Nelson
Rodrigues). Então que não se mude de time de futebol e vejo até com
desconfianças os que mudam a toda hora de clube, correndo atrás dos
vitoriosos. Só que futebol é paixão e ideia partidária é algo bem
diferente. Criemos um Partido dos Operários, por hipótese. Nasce com
ideias puras, como nasce outro, o Partido dos Brasileiros, também imbuído
de ideias honestas em consonâncias com seus estatutos e tendências. O PO,
ou o PB, atinge o poder. Atrasam o Brasil, navegam sobre malfeitos,
corrupções, com propostas demagógicas, que geram desemprego, inflação,
mais pobreza e tudo banhado em ondas inegavelmente corruptas de bilhões de
reais. E os defensores do PO, ou do PB, colocam antolhos e defendem e
defendem farsantes. Alinham-se aos que defendem ideias corruptas por
interesses próprios e escusos, onde em paraísos fiscais aparecem contas.
Estes não são arrolados no meu espanto acima, porque defendem os seus
dinheiros abomináveis e posições alcançadas por troca de favores e
propinas. Fico nos amigos que discutem política e são honestos, crédulos,
o uma vez PO, ou PB, sempre PO, ou sempre PB. Queima-se com os amigos que
tentam mostrar erros, com se eles estivessem dando aos que estão no poder
e contra o PO, ou o PB, diplomas de validade. Estes amigos, contrariados
são do bem e fica difícil dialogar com eles, que estão enfurecidos, por se
julgarem enganados, não por quem os traiu, enganou e sim pelos que viram
além das maquiagens políticas e mostram a perversidade dos resultados. A
fase é tenebrosa, chorei acima. E por que no título Bezerra e Ben? Bezerra
da Silva, que não tinha lá boas recomendações policiais, gritava e há
anos. “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”. Generalizava, o que
parecia ruim. E Jorge Ben Jor avisava também e no passado, que os
alquimistas estavam chegando. Adiante asseverava que eles, os alquimistas,
“evitando qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido, de
temperamento sórdido”. Então é preciso e com urgência descobrir com quem
se relacionam os alquimistas. E tomara que eles consigam trazer à politica
pessoas de temperamento não sórdido e que não sejam aproveitadores do
momento tenebroso por que passa o País. Verdadeira da-na-ção. Quando
alguém cantar o pagode do Bezerra da Silva, fiquem calmos porque têm as
consciências tranquilas e seus temperamentos sejam não sórdidos. Querem
reconstruir de fato o Brasil? Como conseguir? Não tenho a mínima ideia
prática, apenas sonhos de difícil execução, que começariam nos contatos
familiares. Quem sabe ocorrendo campanhas cívicas contra qualquer
corrupção? Talvez até mexendo na bandeira, que teria Honestidade é
Progresso, em vez de Ordem é Progresso. Ideia estapafúrdia? Será?
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Comentários sobre os textos podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
(1º de julho 2017)
CooJornal nº 1.035
Pedro Franco é médico cardiologista, Professor Consultor da Clínica Médica C da Escola de Medicina e Cirurgia
da UNI-RIO. Remido da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Professor
Emérito da UNI-RIO. Emérito da ABRAMES e da SOBRAMES-RJ.
contista, cronista, autor teatral
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