15/03/2016
Ano 19 - Número 976
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PEDRO FRANCO
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Uma vez
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Uma vez Fluminense sempre Fluminense. A frase
usual fala no Flamengo, só que não me cabe fazer propaganda do adversário.
Uma paixão clubística não deve ser alterada e, portanto, uma vez e para
sempre. O Fluminense caiu para a segunda divisão, depois terceira e eu e
os meus continuamos sendo tricolores (Nelson Rodrigues – Vários clubes têm
três cores. Só o Fluminense é tricolor). Em criança há uma aceitável
flutuação, aceitável até os oito anos. Depois que se firme o gosto, até
por uma questão ética. Exceto se há grande influência de parente, mudança
de cidade, país e nunca porque o time ia mal e o de fulano vai melhor. E a
gozação é inerente ao futebol. Tenho amigo que sempre se disse Botafogo e
atura as brincadeiras de modo próprio. O ídolo dele é Zico. Conversando
com sua mãe, Flamengo de ir a campo, apesar da idade, perguntei-lhe porque
o filho não a seguiu na escolha do clube. Ele é tão Flamengo, que se diz
Botafogo. Assim, quando o Flamengo perder, ele não é gozado. Apertei-o e
ele não negou o disfarce. Isto é futebol, algo muito sério, que o Brasil
não descobriu, pois, as federações imitam as câmaras e seus políticos. E
chego à política, que é meu assunto de hoje. Todos estão cheios de ouvir
falar de políticos, sei, só que vou me deter nos que sempre defendem os
mesmos políticos, partidos, ideias, por mais que eles e elas mostrem
naufrágios totais e sem apresentarem motivos escusos para estas defesas,
isto é, defendem tipo time de futebol. Ficam na pior sem eles e sem
argumentos defensáveis. Quando se olha a TV e vê-se pessoas tresloucadas,
defendendo o PT, ou alguns de seus líderes, pode-se entender que poucos
ali estão por ideais. Em maioria defendem seus interesses, que podem e
devem ser restritos, se tempos de austeridade vierem. Daí a flama, a
indignação, a defesa do indefensável e a qualquer preço. Nos olhos de
raiva parecem dizer, não veem que defendo minha boquinha e sempre há nos
casos políticos similares boquinhas e bocões, mostram-nos os inúmeros
inquéritos instaurados. Então esta moçada não defende qualquer idéia
política, arriscam-se para manter privilégios, que nem pensam ser
privilégios. São os seus direitos e basta decorar palavras de ordem para
defendê-los. Muitos são enganados, como se o lado de lá (e não há este lá)
engolissem criancinhas. Em propaganda parece valer tudo. Mentira repetida
ad eternum vira verdade. E toma falar em elites e “zelites” e pregar a
terrível luta entre classe e o fomento desta inominável prática antipatriótica. Então se me fora dado perdoar, estes iludidos e miseráveis
estariam perdoados. Já os dos bocões.... E no princípio ao ligar o
computador para digitar e fui de futebol, estava querendo chegar em
idealistas, que não têm rabo preso, que detestam as oposições e
desesperados pelos argumentos e provas e mais provas, em vez de afirmar
que errou, que a oposição também errou, batem só nos erros passados da
oposição, que foi situação e também errou, ainda que menos no varejo e no
atacado e, ao menos, com mais educação e erudição. Sem dúvida alguma
produzindo mais para os coitados de cultura e saúde. A moçada agora, vamos
cair na real, exorbitou no erro, não estava comendo melado e avisou que
iria comer por vinte anos. Lambuzou-se e em excesso. Sabe a tal história
de luzes no fim do túnel? Há os que as veem, só que provêm de um trem em
sentido oposto, que a todos vai atropelar. Cuidado, cidadãos. De toda forma em política não se admite uma vez Flu, va lá, uma vez Flamengo
sempre Flamengo e atenção com trens nos túneis políticos. É cada
maquinista!
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Comentários sobre o texto podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
(15 de março, 2016)
CooJornal nº 976
Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco
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