O velho e violento esporte bretão (fala Luiz Mendes, o da palavra
fácil)
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E o folclore diz que o jogo foi inventado na China.
Nos meus tempos de Maracanã, de radinho de pilha em punho, quem era
mais fidedigno, ao que acontecia no campo, narrando, chamava-se Orlando
Batista da Rádio Tamoio. Não entendo porque, mesmo sendo tricolor
(muitos times têm três cores, só Fluminense é tricolor – se não gostar da
frase, reclame com Mestre Nelson Rodrigues), não entendo, repito, porque
algum narrador não avisa o acontecimento gol, soprando a gaitinha do Ary
(Ary Barroso). Seria merecida homenagem e ao mesmo tempo marcante.
Nunca vi contratações mais estapafúrdias que as do Flu em 2015. Magno
Alves e Ronaldinho Gaúcho. De pasmar! E viva Xerém e seus garotos! Hoje,
29/09, retifico a crônica, RG 10 foi bater asa em outra balada, ou em
outro clube otário. O pior disto tudo é que jogou futebol como poucos.
Quais os três jogadores brasileiros que mais me impressionaram? Sem
ordem de valor, Pelé, Garrincha e Tostão. Nenhum deles do Flu. E no
Fluminense? Castilho, Orlando Pingo de Ouro e Telê Santana. E o Rivelino?
É Corinthians e ingrato com o Flu.
O árbitro tem que marcar a
intensão do jogador. Mão na bola, ou bola na mão? Entrou na bola, ou na
canela do adversário? Conta outras, resolver em segundos uma intenção. Na
vida real, como custamos a saber a intenção de alguém que convive conosco
e diariamente. Em segundos julgar intensões em partida que vale milhões? E
nem com câmeras oficiais esquadriando o campo verde que o quero verde e
que já deviam estar operando, ficaremos sem dúvidas em alguns lances.
Agora não levar o exemplo do vôlei ao futebol, em relação à tecnologia, é
burrice.
Quem deu literatura ao esporte? Entre outros, Mário Filho,
Armando Nogueira, João Saldanha, Nelson Rodrigues, que nada entendia de
futebol. Nenhum cronista do Fla? José Lins do Rego é muito antigo. Apesar
de suas raposas felpudas e o Bagá, um ciclope meio chato, Renato M. Prado,
quando não opera nas entrelinhas para favorecer o Fla. E comentando
futebol no agora? A dupla da CBN, Álvaro Oliveira Filho e Carlos Eduardo
Eboli. Se o Prof. Evaldo José, que bem narra, tirasse o que lindo a cada
gol que ocorre, seria citado. O Flu toma um gol, estou uma fera e o cara
grita que lindo, que lindo?
Que tal os cartolas do futebol?
Tocando a mesma música que a maioria de deputados e senadores. E as
eleições de federações são mais fajutas ainda.
E os 7 a 1 contra a
Alemanha? Derrota esperada, só o placar foi extremado. Pior que o Brasil e
Uruguai. Muito pior. 7 a 1, história de derrota anunciada. E agora? Sem
luz no fim do túnel, que Neymar não joga por onze. Falta de critérios de
cima para baixo. E tem até cartola com medo de sair do País e ser preso.
Parece até aquele político da pauliceia!
Feche com boa notícia. O
vôlei brasileiro vai muito bem e tomara que a próxima geração seja boa.
Falem Zé Roberto e Bernadinho, este às vezes hilário, melhores técnicos do
vôlei mundial, indiscutivelmente. E vão ocorrer Olimpíadas no Rio. O
Brasil sabe? Era hora de bancarmos uma? A pergunta não mais cabe.
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(1º de novembro, 2015)
CooJornal nº 958
Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco
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