15/06/2015
Ano 19 - Número 940
ARQUIVO
PEDRO FRANCO
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De
novo Trupe Limousine
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Se a gentil e eficiente Editora do Rio Total, Irene Serra, aceitar e se a
crônica for lida pelos meus dezessete leitores, pode ser até etiquetada de
nepótica. É e não é. Os dezessete leitores é homenagem ao falecido e
dominical “Agamenon” das páginas de O Globo. Era às vezes pesado demais,
irreverente idem, só que muito engraçado e graça faz falta, já que também
perdemos João Ubaldo Ribeiro, este definitivamente. Voltemos à Trupe. Em
05/04/2013 publiquei aqui crônica “Uma Trupe de dezessete anos”, falando
neste grupo musical. E por que falei acima de nepotismo, termo que tem sua
história, tão hilário é. Falava em sobrinhos dos bispos, que talvez não
fossem só sobrinhos. Voltemos ao tema básico e explicando porque voltar ao
trabalho da banda, composta por cinco não profissionais em música e ganhando
o pão nosso de cada dia alhures, mais para pão duro que para brioches nos
tempos atuais, pois cuidado candidatas a Marias Antonietas, que segundo
alguns historiadores, nunca mandou franceses pobres comerem brioches em
falta do pão. E naquela crônica falei em cinco componentes e agora a grande
novidade, A TL tem seis integrantes, já que um excelente tecladista, o
professor de inglês, de origem portuguesa, José Nazário Zen incorporou-se ao
grupo e melhorando ainda mais o que era bom. A Trupe nos seus primórdios
teve um tecladista, autor com Nelson Motta da música “Dancing´ Days”. Ruban
Barra aposentou-se, goza os ares da Serra e o Zen incorporou-se à banda e
dando-lhe novos enfoques e novas vitórias. Com cinco componentes, tendo
outras profissões, tocam cerca de quatorze vezes por ano, só que todas as
sextas-feiras a tarde, incrível, estão em estúdio, aprimorando o repertório,
dando destaque às vocalizes, que na opinião dos “experts” dão colorido
especial às interpretações. Continuam firmes três dos que completarão vinte
anos com a Trupe. Hélio Tavares, para os íntimos Helinho, pai e mãe da TL, o
show de palco, além de renomado guitarrista, autor entre outras de “Porque
hoje é sexta-feira”. Espetacular. O jornalista Atila Santos continua na
bateria e é tenista máster e quando dá cor e vida à cozinha do grupo, mostra
que incorpora três bateristas em um só, João, menino prodígio e que, de
quando em quando, toma as baquetas do pai e, há mais de cinco anos,
arrebenta no bom sentido. E a filha universitária Manoela, lindeza e
delicadeza, nada fica devendo ao pai e ao irmão, com o vigor de baterista
que os bracinhos não advinham. Atila está em ótima fase. O terceiro moicano
é o guitarrista Diniz Franco, meu ex aluno, meu médico, meu amigo e por
acaso meu filho. Parêntese, agradeço aos céus e a Maria Helena meus filhos,
Denise e Carlos Diniz, que me deram outros dois filhos, Jorge Luis e Eugenie
e três netos e sou avô coruja, confesso da Mariana, Raphael Diniz e
Maurício. Atila e Diniz compuseram a terna “Metades”, que deu margem à
valorosa “luta” de guitarras nesta música, gravada no CD da banda, diálogo
entre as duas guitarras da TL. Quarto componente da banda, Henrique Tavares,
voz potente e, ontem no Godofredo, vi uma evolução de palco, de voz e
principalmente de interpretação notáveis. Canta todas as músicas e os dois
“sets” duram duas horas e meia. Aguenta o tranco e muito bem. Gogó de ouro!
Quinto componente e os coloquei por ordem de chagada à Trupe, Celso
Bolorini, no baixo, tão bom é que dá vida também a outras bandas, ainda que
me pareça ter afundado raízes na TL. Ontem tinha engenhoca eletrônica que
permitia que saísse do palco e fosse levar seu baixo pela plateia, focando
principalmente onde havia moças bonitas. E o tecladista Zen? Parece que
nasceu com a banda e ela cresceu com ele. Não exagero e assim pensam os
outros cinco atuantes. Ontem, ficamos perto da sua Yamaha e pude aquilatar o
que faz um músico por uma banda de rock, musical e dançante. Então Zen
vivificou a Trupe Limousine. De acordo com as vaidades, que sempre aparecem
em meios artísticos, por que estão juntos, caminhando para vinte anos? A
vida tem duas forças maiores. Amor e amizade e esta há entre eles,
solidificada nas sextas-feiras e nos shows. Só falei pouco no guitarrista
Diniz Franco, ou Doc Diniz, como chama o Helinho. É meu filho e melhor que
eu elogiar, vale ouvir seus solos, vocalizações e especialmente em “While My
Guitar Gently Weeps”, de George Harrison - Beatles. Sempre Beatles e mesmo
com o tempo passando, há jovens que com emoção os acompanham, constatei
ontem.
- Comentários sobre o texto podem ser enviados ao autor, no email
pdaf35@gmail.com
(15 de junho,2015)
CooJornal nº 940
Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
Conheça um pouco mais de Pedro Franco
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