02/08/2013
Ano 16 - Número 851
ARQUIVO
PEDRO FRANCO
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Pedro Franco
O Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude – 2013
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O Rio viveu dias conturbados neste final de mês de julho de 2013 com a visita
do Papa, que deu margem a muitas reflexões, ultrapassando os limites de uma
religião, hão de convir mesmo os não católicos, ainda que o Brasil seja, como
deve ser, estado laico. O Papa Francisco é figura diferente, personalidade
especial e como comentário maldoso, nem parece argentino. Tem um sentido
popular extremado, midiático e emprego o termo em seu sentido mais puro e
elogioso e espanta-me como com um pulmão e setenta e seis anos dispôs-se e de
boa vontade, ótima vontade, a aparecer, ser verdadeiro, simpático, cometendo
mesmo loucuras em relação à própria segurança. Tomou chimarrão de mãos
estranhas, pôs cocar indígena, abraçou e beijou crianças e doentes, ouviu e
prestou atenção às falas e cerimônias, expressou-se de forma simples e de
acordo com as tradições de sua Igreja. Já me perguntei em outras oportunidades
se determinados líderes religiosos acreditavam em Deus e cheguei a julgar que
muitos eram ateus, pois suas vidas contrariavam totalmente qualquer preceito
religioso e de bondade. Trago as palavras do Papa Francisco ao momento por que
passa o País e sua classe política, fazendo absoluta questão de, antes de
continuar estas sumárias reflexões, frisar que acredito piamente na Democracia
e que não penso em atacar a classe governante, ou a opositora, pois fora
raríssimas exceções parecem-me vinhos ruins da mesma pipa, envelhecida em
carvalhos impuros, frutos da ignorância popular, que as elege, com a patuleia
embebida em discursos demagógicos, eleitoreiros e até comprados. Portanto meu
ataque é geral, contra representantes e representados e ainda que o Papa tenha
pregado a esperança, como viajante caído em areias movediças, tento agarrar-me
à mesma, para sair do charco. Votando em quem? Muitos destes políticos
entraram em contato com o Papa. Alguns entenderam o que dizia. Outros tiveram
palavras entradas por ouvido e saído por outro, sem que os conceitos
impregnassem seus corações, ou mentes. Acredito que alguns devem ter
relacionado a vida que levaram e levam, com os ensinamentos de caridade, não
corrupção e apoio verdadeiro à pobreza, que ouviram. Nas falas do Papa não
houve metáforas a serem interpretadas, não houve proselitismo de uma religião,
tanto que verdadeiros religiosos de outros credos aceitaram-no e sem rancores.
Não há guerras santas, não há religião que apoie a corrupção e que desfavorece
os desvalidos. A vinda do Papa tumultuou a despreparada cidade e é difícil
prepará-la para tantos peregrinos, só que me apegando à pregação ética e moral
do Papa Francisco, espero que nossas ruas em polvorosa, fiquem livre de
vândalos e ladrões e de fato preguem uma nova forma para o País, onde campeiem
a pureza de intenções e a honestidade de propósitos. Fora a desfaçatez e a
hipocrisia. Classe política, ouça o Papa Francisco.
(02 de agosto/2013)
CooJornal nº 851
Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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