05/07/2013
Ano 16 - Número 847
ARQUIVO
PEDRO FRANCO
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Inicio de novo com o pensamento de Winston Churchill, para deixar claro meus
princípios republicanos, termo que está pontualmente em moda: “Ninguém
pretende que a Democracia seja perfeita, ou sem defeito. Tem-se dito que a
Democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm
sido experimentadas de tempos em tempos”. Logicamente que a crônica vai nas
águas da anterior. Brasil nas ruas, ainda que de forma complexa, tumultuada,
deixando autoridades e principalmente a classe política atordoada. Parecia
tudo nos conformes, pensavam os políticos, fazíamos o que queríamos com
inequívoca desfaçatez e agora o povo reclama forte e com razão, ainda que
atrapalhado por corja de baderneiros. Será que uma corja ajuda alguma outra? E
no meio de tantas reflexões justas e eminentes, vou fazer exercício de
futurologia e pensar em um governo que quisesse se perpetuar. Estou no mundo
das hipóteses. Para calar a classe política não é difícil, há emendas,
boquinhas aqui e ali, criação de ministérios, ministros, seus onerosos
gabinetes, cargos nas estatais, divididos entre partidos de apoio, etc. Até aí
tudo parecia fácil. E a oposição? Pífia e sem lideranças de peso. Vozes
sussurrantes, algumas batidas em sucessivas eleições e sem aceitar que devem
passar definitivamente para um segundo plano. E as vaidades pessoais deixam?
Falta o que, julgava a tal classe dominante, pois para o povão miserável e
inculto há benesses baratas, promessas, malas, sacolas e bolsas, que geram
votos. Para que cuidar de professores e médicos, que saem onerosos no fim e
podem pensar, informar, formar e até explicar? Incultura é bom caldo de
fermentação lenta e que leva à estagnação e manutenção de atraso. E que fazer
com Imprensa, Judiciário e Forças de Defesa? Cuidar de seus subsídios é
primordial, já que o velho e batido “farinha pouca, meu pirão primeiro”,
sempre funciona. Para a Imprensa, o dito quarto poder, há a publicidade
estatal e as concessões. Para o Judiciário a indicação de ministros do STF.
Cheguei a três pontos, que julgo importantes e quem sabe sejam. Depois da
“Redentora” e suas estripulias, para usar adjetivo brando, as forças de defesa
estão só olhando e talvez muito preocupadas. A Imprensa como um todo trabalha
muito aceitavelmente. Aleluia! As laranjas podres são escassas. E o
Judiciário? Tem, entre outros patriotas, o Ministro Joaquim Barbosa e já são
bastantes vozes coerentes na Corte. Outro aleluia! Quem sabe se havia um plano
de só colocar na Suprema Corte, ministros bem azeitados com as forças
mandantes? Os candidatos indicados pelo Executivo não passam por sabatina no
Senado? Passam num “passaraio” de perguntas na maioria combinadas e pueris.
Quem argui está em acordo com o poder e só pensa em vantagens eleitoreiras. E
aí? Antes que algum partido queira um fico permanente, está na hora de
recompor o STJ, da forma que muitos países democráticos fazem e há vários
modelos para esta escalação. Sou um velho médico e não sei detalhar as
fórmulas jurídicas necessárias, que mostram as não unilaterais de indicação de
ministros. Só sei que este modelo brasileiro não é o único e a ocasião
propiciaria juristas, OAB por exemplo, indicar outras maneiras de compor a
Magna Corte. Na minha visão talvez seja mais útil e patriótico pensar adiante,
que fazer perguntas a quem é carente de instrução e saúde e ainda sofre com
manipulações marqueteiras. Foram estes eleitores que colocaram nas câmaras
estes representantes... E quando os já justiçados serão de fato apenados e
perderão suas funções parlamentares? Ontem um deputado condenado foi preso.
Novas aleluias!
(05 de julho/2013)
CooJornal nº 847
Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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