28/06/2013
Ano 16 - Número 846


 

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PEDRO FRANCO

 


 

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Pedro Franco



 Brasileiros, junho de 2013

Pedro Franco - CooJornal

Antes um pensamento do mais clarividente político do século XX, Winston Churchill: “Ninguém pretende que a Democracia seja perfeita, ou sem defeito. Tem-se dito que a Democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”. E uma pergunta que cada ardoroso manifestante deve se fazer. Quem colocou esta classe política no poder? Julgaria hilária, se não fosse triste, ver bandeiras de partidos políticos nas manifestações deste mês. A classe política como um todo foi acometida de agravos importantes. Desfaçatez, corrupção, pensar permanentemente no próprio umbigo, isto é, na próxima eleição e na própria carteira, esquecer patriotismo e probidade e aceitar que o eleitor, inculto, enganado, ou inocente útil, que o colocou lá, não precisa ser respeitado nos seus anseios mais comezinhos. Políticos, já condenados, usufruem cargos de realce e tendo uma oposição pífia, com telhados de vidro e sentindo falta de lideranças confiáveis, como as que se fizeram ouvir no passado democrático. O povo viu corrupções serem rotuladas de malfeitos e partidos de todos os matizes acolherem estes cidadãos que mostraram desapreço pela justiça. E as reclamações dos manifestantes são variadas e em maioria levam o selo da veracidade. Por exemplos, custo absurdo dos eventos esportivos, quando escasseiam verbas para a educação e para a saúde, confabulação de tramoias que visam garantir a impunidade, vide PEC 37, inflação crescente, PIB diminuto etc, etc. Percebe-se a perplexidade das castas dominantes, agora tendo que enfrentar as forças dos chamamentos via internet das redes sociais. E os gritos da população são difusos, complexos, sem lideranças específicas, enfim um brado algo confuso e nem por esta razão menos marcante. E que solução pode ser preconizada? A médio e longo prazos doses sucessivas de saúde e educação seriam muito bem vindas. E no agora? Seria querer muito que um velho médico, aqui cronista, prescrevesse a poção mágica e indicasse-a. Posso apenas recomendar muito cuidado à classe política, calma, revisão de seus critérios, amparar-se no patriotismo, na ética e na moral, esquecer as medidas eleitoreiras, de que tanto abusam e que principalmente nem pensem em recorrer a fórmulas esdrúxulas e antidemocráticas, vindas de intervenções externas, venham de onde vierem. Executivo, Legislativo e Judiciário ouçam as vozes das ruas e interpretem as mesmas com devoção e estudo. O Quarto Poder, a Imprensa, com a liberdade que tem e que sempre deve ter, está dentro do possível cumprindo sua função. Cada cidadão deve pensar que haverá uma próxima eleição. Cuide muito bem de sua arma, seu voto. Crônica pronta, assisti na TV as tristes cenas de vandalismo e depredações ocorridas no Rio de Janeiro do dia 20 para o 21. E deixo nova pergunta. A quem interessa tumultuar a livre manifestação do povo?



(28 de junho/2013)
CooJornal nº 846



Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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