08/03/2013
Ano 16 - Número 830
ARQUIVO
PEDRO FRANCO
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Primeiro eu, para acertar
ponteiros e não para dar os cacarejos que a mídia recomenda. Digito agora
sempre e também tenho outra profissão, na qual escrevo uso int e aconselho.
Diz-se que se conselhos fossem bons, vendia-se e não se dava. Particulares e
planos de saúde pagam por minhas intromissões na vida de cada um. Estas às
vezes dão certo. O Poeta é mais importante, ainda que nem sempre concorde com
ele. Exemplo, em votos. Não sou perfeito, muito pelo contrário, ia querer o
poeta perfeito? Pelos meus cálculos sou sete, ou oito, anos mais velho que
ele. Ambos somos Fluminenses doentes. Aprecio mais o poeta que o escritor,
ainda que tenha gostado muito de Budapeste, que o filme complicou. Diga-se
que, para não fugir à regra, o Poeta não gosta de críticas. Quem gosta? Mesmo
se for desapaixonada. E o Poeta está acostumado desde “Pedro Pedreiro” à
merecida adulação. Já foi Julinho da Adelaide, em tristes tempos e foi
exilado. Apareceu em festival, muito tímido e o pedreiro fez sucesso e não
parou mais. Um parêntese, nego-me peremptoriamente a discutir que quem faz
música popular é poeta. Vinicius aqui, ou lá, era poeta, poetíssimo. Francisco
Buarque de Hollanda é poeta e vira aqui Chico. No tal festival do Pedro
Pedreiro já achei a letra porreta. E Chico vem me presenteando desde então.
Com ou sem parceiros e, como vou de simples crônica, em dia de sol ameno, onde
no “ipod” ouvi Futuros amantes e o tal escafandristas descendo e penetrando na
vida da amada, pareceu-me genial e não vou catar nomes de parceiros. Nego-me a
repetir o genial. Diga-se que muito antes desta epidemia de pontual, Chico
usou o termo com absoluta propriedade. Ter bom berço, se é bem usado, ajuda.
Usou-o na começa “todo o dia ela faz sempre igual...”. Já fiz lista das que
mais gosto. Eram quatro: “Até pensei”, “Olha Maria” (Milton Nascimento canta
como anjo barroco que é), “Atrás da Porta” (apontaram-me casa na Rua Olavo
Bilac esquina com Rua Monte Castelo – Petrópolis, onde compusera com Francis
Hime esta música. Será? Por Elis Regina é espetacular), “Trocando em miúdos”.
Depois agreguei a “A Rita”, “Construção”, “Duetos” (com Nara Leão. Em duetos
brasileiros é mais citada a interpretação Elis/Tom em “Águas de Março” e
prefiro o Duetos do Chico. Nara e ele davam-se bem e aquela que dizia “agora
eu era herói e o meu cavalo” é ótima com os dois. Sem adjetivar vou apenas
listar e sei que dirão faltou esta, ou aquela. Culpa do Chico, que fez coisa
boa demais. Renata Maria (que confusão, com foto do Poeta saindo do mar
acompanhado), O meu guri, Eu te amo (quanta poesia no estás te fazendo de
tola... ), Carolina, Sábia, Com açúcar e com afeto, Tatuagem, Bastidores (esta
bate muito bem na interpretação de Cauby Peixoto) Mulheres de Atenas, Apesar
de você, olhos nos olhos, O meu amor, Geni e o Zepelim, Tatuagem e Januária. O
resto fica por conta dos viventes no mundo do Poeta. Gosta da Banda e de
Morena D´Angola? Mais ou menos. E de Beatriz? Muito!
(08 de março/2013)
CooJornal nº 830
Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
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