16/11/2012
Ano 16 - Número 813

 

ARQUIVO
PEDRO FRANCO

 

  Follow RevistaRIOTOTAL on Twitter

Pedro Franco


Noras e Sogras
 

Pedro Franco - CooJornal

Poderia ter posto Sogras e Noras, para de saída não ficar a idéia que noras têm mais culpas que sogras nas desavenças. E abordo o assunto, controverso assunto, pois é um tipo de relacionamento que complica muitas vidas e até casamentos, indo de roldão filhos/netos, toda a família. E não precisava ser assim e não deve ser desta maneira, pois por si só a vida já é bastante complicada, doenças, mortes, perdas de emprego, catástrofes, assaltos etc. E a má vontade começa até quando as duas não se conhecem por puro preconceito e, em havendo conceito antecipado, a relação começa difícil e tende a deteriorar-se por dá cá aquela palha. Duas perguntas que se impõe. Uma feita à nora: - Se sua mãe agir daquela forma, você aceita? Por favor, não venha com a resposta que ela não é minha mãe. Lembre-se antes que ela também é mãe e de alguém com quem você quer construir algo importante. Uma pergunta feita à sogra: - Se sua filha agir assim, você aceita? Por favor, não venha com a resposta de que ela não é minha filha. Lembre-se antes que ela também vai ser a mulher de quem você deu vida e ama e para quem quer uma vida sem maiores problemas. Outro favor, não respondam que não têm filha, ou mãe, pois devem ter pessoas a quem vocês duas amem e com quem possam simular situações semelhantes, as que me levaram às perguntas. Agora se as duas forem impensadas, mimadas, egoístas, preconceituosas, pobre marido/filho. Vai sofrer. Também encontrei situações limites, provocadas pelo filho, pobre bezerrão, que se faz de coitado perante os dois lados e em quem a casa vai cair sobre no fim, tendo que optar por um dos lados e muitas vezes, ficando em cima do muro, perdendo as duas. Dá vontade de perguntar ao filho/marido: era isto que desejava? Conseguiu grandes atritos. As três partes devem saber que todo relacionamento é difícil, pois viver, bem conviver, é difícil. Vejam as duas, deixo o mancebo de lado, seja ele vítima, ou culpado, que todo os contatos humanos são difíceis, porque é da natureza humana ser imperfeito. Sogra terá imperfeições, nora terá imperfeições. Uma tem mais experiência, mas mais embates e feridas, outra é mais jovem, pode ter menos experiência, mas também pode já ter tido percalços e muitas vezes as duas tiveram educações diferentes e conceitos de vida diversos. Se tiverem pouco contato, ou vão começar a tê-lo, devagar com o andor, que o santo é de barro, devagar com a má vontade e até com a boa vontade. Delimitem com bom senso, amor ao próximo e ao marido/filho seus campos de atuação, com compreensão e bondade e sem preconceitos. Coloquem o bezerrão no bom caminho, ajudando-o na relação a três. A relação já desandou e não há possibilidade de trégua, ou ajuste? Quem sabe, há. Quem sabe se lerem estas linhas, escrita canhestramente e com boa intenção, possa contribuir para um melhor entendimento. Se alguém julgar que tem culpa no cartório, o primeiro samba de carnaval, que ouvi, dizia que perdão é feito para a gente pedir. E nem precisa pedir perdão, basta reaproximar-se e sem garras afiadas. Que sei deste assunto, tão complexo? Sou um médico com cinquenta anos de clínica e isto dá vivências. Além do mais fui filho único e morei com mãe e mulher por mais de vinte e cinco anos na mesma casa e davam-se bem, muito bem. Eram seres perfeitos? Não, eram boas pessoas, normais e o bezerrão, filho /marido, eu, fui apoiado pelas duas, até que minha mãe, quase escrevi nossa mãe, faleceu e deixou-nos muitas saudades. Portanto entendo algo de noras e sogras, de sogras e noras e se estas linhas servirem para que duas pessoas vivam em maior harmonia em uma família, vou julgar que não escrevi em vão.
 

(16 de novembro/2012)
CooJornal nº 813



Pedro Franco é médico cardiologista,
contista, cronista, autor teatral
pdaf35@gmail.com
Conheça um pouco mais de Pedro Franco


Direitos Reservados