Já estava meio sossegado quanto aos meus
pensamentos interplanetários, mas, recentemente, uma foto estampada n' "O
Globo" – um céu totalmente nublado, com três luzes em expansão, vindas
detrás, a atravessar as nuvens somente com seus aumentados reflexos
luminosos. Exatamente como aquelas que nos mostravam revistas e jornais
antigos, sugerindo uma possível intervenção de aparelhos voadores
originários de dimensões extraterrestres. Fiz até duas viagens à cidade
mineira de São Tomé das Letras, onde, garantiam, muitos deles eram
avistados. Aproveitei-me dos exercícios dos grupos de caminhada que
incorporei à minha vida adulta. Curtimos, lógico, as atrações que a natureza
lá nos oferecia, como cachoeiras, cavernas, pequenos cânions, montanhas
várias, sem falar na atração que os minérios subterrâneos faziam aos ônibus
da excursão que, colocado em “ponto morto” eram atraídos por outras
direções.
Não pude me sossegar, porque do meu próprio quintal à
beira-rio, lá na rua Moreira 150, em Cachoeiro de Itapemirim, a garotada
teve sua atenção atraída por luz única no céu, entre, possivelmente, meio
dia e uma hora. Bem, era somente a imagem que meus olhos míopes me
ofereciam, mas mirem o desenho que encima este artigo e... vejam os detalhes
desenhados por crianças, possivelmente entre 6 ou 8 anos, que acreditei e
acredito ser de autoria de uma das irmãs, nossas vizinhas, Lena e Mirna,
filhas da professora Dail Athayde. Elas nos identificaram luzes e janelas ao
redor do contorno do objeto! A notícia se espalhou, até gente com binóculo
apareceu, e na rua se formaram ajuntamentos. O ponto luminoso fazia
deslocamentos em linhas retas, e, finalmente, sumiu para as bandas do leste.
Deu-se isto em 13.12.1957, conforme pg.177 do meu “Escrevivendo”, ou em
29.11.1958, conforme o escritor Evandro Moreira, amigo e irmão, na página
137 do volume II de “Cachoeiro, uma história de lutas”. Os jornais da época
podem, porém, nos ajudar quanto ao exato ano. E me sucederam outras
aparições: em 1978, na Barra da Tijuca, diante da Discoteca Dimensão, na
madrugada de 11 de março de 1978, três delas acompanharam, em formação, a
linha do litoral, e repentinamente deram uma guinada à direita sumindo no
escuro horizonte. Acho que nenhum veículo aéreo idealizado e construído por
humanos seria capaz de tão rápida manobra! Em 1980, desloquei-me de Brasília
para Goiânia, a fim de visitar casal que conhecêramos, eu minha mulher, em
Poço de Caldas, Masanari e Selma. Com eles, na noite de 14.06.1980, fui até
uma fazenda de propriedade do pai da noiva de um casamento vespertino, em
que eram padrinhos. Voltamos bem tarde, e em determinado trecho da estrada,
paramos numa “venda” para nos refazermos. Lá, os poucos frequentadores
olhavam curiosamente para o céu, na direção, de uma nuvenzinha de mobilidade
lenta. Apurei que, por ali, não havia, também, qualquer aeroporto cujas
luzes se refletissem naquele espaço celeste, ou alguma estrada de muito
movimento. A única que existia era a que se levava a Mato Grosso, e era bem
distante. Resolvemos, então, apesar dos temores dos outros viajantes no
carro, seguir a nuvenzinha... que se adiantou tanto que não pudemos mais
segui-la...
No dia seguinte, em Brasília, procurei uma livraria que se
dedicasse ao assunto e fui feliz: pude saber que aquela forma de
apresentação – sob nuvem – era própria de momentos de aparecimento ou
desaparecimento de óvnis, justamente passando da nossa dimensão espacial
para outra.
Depois, um longo espaço de tempo sem contatos imediatos: fui
guardando recortes de jornais, revistas e livros que me esclarecessem a
motivação dessas viagens ao planeta Terra. Foram muitas aparições, inclusive
fotografadas, discutidas e até sigilosamente arquivadas (segredos para
preparar a segurança das nações).
E só em 23 de janeiro de 2000, anotei:
“Maricá, Rio de Janeiro 23...
Madrugada, cerca de três da manhã,
levanto-me para ir ao banheiro. Ao passar pela janela do quarto, no primeiro
andar, que dá para a frente do terreno, e olhar para o céu, na tentativa de
adivinhação do tempo do dia seguinte, descubro estranhos fortes brilhos de
três estrelas, em posição paralela às Três Marias. De repente, as duas das
extremidades começam a pulsar, perdendo, aos poucos sua intensidade de luz
até desaparecerem. A do meio, sem pulsar, vi também diminuindo sua luz até
atingir o tamanho de uma estrela comum, e se deslocar para o norte. Quando
consegui apanhar o binóculo e correr para o jardim, só vislumbrei reflexos
das luzes da cidade, em meio à vegetação das árvores mais altas.”
Outra
vez?... Fiz força novamente, tentei apaziguar meus pensamentos e o máximo
que consegui foi vivenciar um proposital e imenso jejum de incógnitas sobre
essas invasões interplanetárias...
Até hoje, quando li, no jornal, que...
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