Palavras da ocasião
Podem pensar até que
estou com preguicite literária. Não é isso, não. O que me chamou a atenção
foi, a partir de 2020/2021, o direcionamento do linguajar dos repórteres,
colunistas e editorialistas diante das próximas perspectiva, nada
agradáveis, de vidas social e política que se avizinham dos atos do dia a
dia. Em meio às suas ideias e opiniões brotam expressões / palavras há muito
esquecidas e ora renascentes, por causa de temáticas políticas mais
imediatas: ordem incongruente, planejada e insuflada por celerados sem
roteiro; antes se curvavam bovinamente; estapafúrdios acontecimentos; asno
irrecuperável; conexões identitárias; peroram sem pudor; vilipendiado;
tresloucado; deletério; sabotador; desequilibrado, mentiroso compulsivo;
negacionista científico; exitosa, forma indelével; expedita; deram lastro
formal às teorias conspiratórias; cercar-se de um bando de causídicos
desclassificados; decisão simbiótica; racista; antidemocrático; covardia;
golpista; podemos ser pisoteados por indecisões; denúncia social
anglo-saxônica; covardia; espiral de loucuras; canhestro pretendente; único
tuiteiro maluco; impichado; fizeram uma escolha escandalosamente má;
burlões; senescência; algoritmos de inteligência artificial;
desplataformizar; o ministro de relações exteriores virou o ministro dos
conflitos exteriores; tosquice arrogante; antes, ser homem diplomata era
elogio; hoje, a expressão foi desmoralizada pela turba que tomou as rédeas
do Itamaraty, escoceando nossos parceiros e nos dando vergonha e prejuízos a
cada relincho; hoje o governo está pagando caro por sua diplomacia de coices
e canetadas; catártica presença; desplugar os ouvidos; despautério; agir
para mitigar os resultados...; aldrabices, embusteiros; estado semicomatoso
estrutural; ausência pandêmica...; indigestão cívica...; em linguagem de
botequim; desastre anunciado; mundo cafona de ostentação e dourados;
pixelização de logotipos e etiquetas.
Caça-Frases e ideias.
A
internet deu voz a um bando de imbecis. (Umberto Eco). No meio cultural, o
herdeiro é a pior desgraça para um artista. Oitenta anos: o tempo...
cobrando pedágio por todas as partes do corpo. (Sinfonias de “ais” saem de
nossa boca!) O vírus não tem alma, assim como a guerra. Gosta de “perna de
escorpião com goiabada”? Visite a China! (Brincadeira entre conterrâneos). A
mentira, em grande escala, é um atentado contra a democracia; estas mentiras
não vêm por acaso: são construídas para confundir. Não se trata de matar
passarinho ou dar cascudo na ema do Alvorada (Guedes). Precisamos superar a
ideia de que o único acordo é estar em desacordo. Sua capacidade de produzir
crimes desnecessários é infinita. Dariam com os burros n'água ou a água
daria neles.Todo mundo sabe que atacar jornalistas é igual a combater o
mensageiro: o problema não é quem nos traz a notícia, mas quem a produz.
Seria fundamental deixar de cobrir os (580) faniquitos do... (?) Os livros
de História retratarão o período atual como o da estupidez. “Até que ponto
podemos ser intolerantes com a intolerância?”
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Em tempo: não gostaria de me imiscuir em assuntos políticos, mas não
posso deixar de retransmitir a informação da colunista Cora Ronai de que o
“New York Times” publicou “um documento histórico inestimável: “The complete
list of Trump´s Twitter insults (2015/2021)”, imensa, dividida por assuntos
e nomes de desafetos, cronologicamente ou em ordem alfabética. Perda de
tempo, presumo: cadê o homem, agora?
Comentários podem ser enviados diretamente ao autor no email
miltonxili@hotmail.com
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