UM
Desatualização:

Com a revisão do Código de Processo Penal, o recurso de apelação fora recentemente suprimido. O advogado de defesa, disto ignorando, demonstrou seus propósitos, diante da condenação do seu cliente:

- Apelarei para a segunda instância, Meritíssimo!

O Juiz, então, foi irônico no seu comentário, numa simples frase:

- Para a segunda instância não poderá ser, mas para a primeira ESTÂNCIA será possível!


DOIS
Duelo:

Réu, justificando porte de arma:

- Mas “Seu Juiz”, moro longe, lá no subúrbio. Tenho que passar por uma estrada mal iluminada e minha casa fica perto de um mato bravo!

- Meu filho, – observou o Meritíssimo – eu também moro no subúrbio, e a poucos passos da minha residência há um matagal imenso!

Há um riso meio abafado do advogado do réu, que, por sua atitude, é chamado a se explicar pelo Juiz.

- Eu estou rindo porque, com o devido respeito, estou sabendo que existe muito capim perto da sua casa...

(Audiência suspensa, explicações nos bastidores).


TRÊS
Tempo:

Houve época em que a pauta de julgamentos demonstrava grande atraso. Julgava-se um crime dois, três ou mais anos depois dele cometido. Um advogado pedia e requeria insistentemente que se privilegiasse o julgamento do seu cliente, apelidado “Neném”. Uma, duas, três vezes. Finalmente, cansado, fez aquela que considerava última petição, e, na parte de motivação da sua pressa, escreveu, bem legível, em caracteres maiúsculos:

- Não há mais tempo a perder, Sr. Juiz! O “Neném” já é... adulto!


QUATRO
Humildade:

O homem cometera um crime horrendo: assassinara pai e mãe. Chamando-o a um canto da sala, o Advogado lhe observou que o seu caso era dificílimo de resolver, mais certo era sua condenação. Instruiu-o: deveria bem se comportar na audiência, e durante ela fazer um pedido para que o Juiz olhasse para o seu caso com benevolência.

No momento indicado, o réu se justificou:

- Peço mais clemência para mim, “Seu” Juiz! Tenha pena de mim! O senhor está vendo que sou um pobre órfão de pai e mãe!

 

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