Pelos andares e caminhares pela cidade, na rua, no local de trabalho e nas habitações, a gente sentia a invasão cultural americana nos cartazes e nas vozes: play ground, espaço baby, Fitness Center, Home Office, coffee-brack, piscinas ever swimming, ciber space, kids room, lounge com bar, putting Green, deck molhado, deck contemplativo, home theatre, lan house, coffee shop, half pipe, baby zen, streaming, posts, trending tops.... e outros, ou melhor/ou pior, “others”... Mais recentemente, home schooling (ensino em casa)...

Um dia, encontrei aquelas barraquinhas deles, posicionadas entre espaços da Cinelândia e da Avenida Treze de Maio (RJ). Comprei uma camiseta caseira, em que palavras inglesas se apresentavam riscadas e traduzidas: drive thru – entrada, e mail – correio eletrônico, site – portal; diet – dietético, delivery – entrega; self service - auto-serviço; hot dog – cachorro quente; sale – liquidação. Gostei, presenteei meu amigo Evandro Moreira (Cachoeiro) e divulguei.

Subitamente, elas desapareceram do cenário. Onde andavam escondidas? Recorro, hoje, ao dicionário eletrônico: eram representantes do MVBrasil (Movimento pela Valorização da cultura, do idioma e das riquezas do Brasil), um movimento nacionalista apartidário, fundado em 02.11.1999 por Wagner Luiz de Vasconcelos e onze amigos, como, inicialmente, reação à construção de uma réplica da Estátua da Liberdade na frente do New York City Center, “shopping Center” localizado na Barra da Tijuca, RJ. Também apoiaram a valorização de culturas regionais brasileiras, posicionaram-se contra a venda do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas (São Cristóvão, RJ).

Algumas opiniões nos tentaram a fazer acreditar que abrigavam sonhos integralistas...

Acho, porém, que apenas estão adormecidos, porque havia uma observação recente na página internetiana que lhes pertence: “Esta página foi editada pela última vez às 21h34min de 29/6/2018.”

Ainda segundo a “mãe” virtual de todos, “o gúgol”, o lider andou dando uns voos políticos em São Gonçalo (RJ) e no Rio - capital, e sofreu algumas críticas.

A tempo: de Portugal, um exemplo - lá o mouse atende pelo nome de RATINHO, bem como são aportuguesadas as expressões derivadas de outras atividades “virtuais”. Perdi a listagem que me mandaram sobre, irei procurar.

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