Milton Ximenes Lima
CAIXISTÓRIAS
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Questão de interpretação
A CEF anuncia nos jornais do Rio a possibilidade da liquidação dos débitos
hipotecários utilizando os valores disponíveis na conta do Fundo de Garantia e
relaciona as Agências colocadas à disposição dos clientes possivelmente
interessados.
Como sempre, apesar dos cuidadosos preparativos, empurra-empurra, vozes altas,
gente passando mal. Numa delas, a senhora, sozinha, se espreme e se resvala
para alcançar o guichê do caixa, para tratar de outro assunto, relativo à sua
conta-corrente. É interceptada por um dos prestativos colegas escalados para
orientação do público:
- E aí, minha senhora, a senhora vai usar o seu fundo?
Ela virou-se, olhou-o firmemente nos olhos, fechou a cara e disparou:
- Cê me respeite, heim, moço!
Equívoco de escrevinhação
Pelo assunto desta história, lá se vão anos do seu acontecimento. Verdade é
que o “contínuo” levou bronca do seu superior porque recebera, sob protocolo,
um expediente administrativo que, na verdade, não era destinado à sua seção.
Defendeu-se:
-Esta assinatura não é minha! Não é minha, não!
Argumentou o chefe:
-Como não, se comparamos com sua assinatura no livro de ponto!
- Aí é que está, chefe! Eu só assino com caneta de tinta e aí está assinada
com caneta espermográfica!
(Pano rápido, ponto para desculpa do contínuo).
Em protesto
Foi há muito tempo, ainda existia o saudoso restaurante do 29º andar do prédio
do Edifício Sede (RJ). Um aposentado, já bem velhinho, mãos trêmulas, no
balcão do café, levou a xícara aos lábios, deu repentino salto para trás,
abanou a língua, e ainda teve senso de humor, explicando aos colegas próximos:
-Puxa!...queimei meu órgão sexual!
(22 de fevereiro/2013)
CooJornal nº 828
Milton Ximenes é cronista, contista e poeta
RJ
miltonxili@gmail.com
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