05/08/2011
Ano 14 - Número 747
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"Amigo da Cultura"
ARQUIVO
MILTON XIMENES
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Milton Ximenes Lima
PAZ
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Foto MXL
Gosto muito quando vejo, e leio, sobre pessoas que buscam a tentativa de
conciliação de emoções e interesses dos nossos semelhantes, ou dos povos. Nestes
momentos, os pensamentos e gestos de Gandhi sempre me revisitam. Porque o
sentimento de paz é necessário à segurança da humanidade. Constantemente. Muitas
vezes, começa dentro de nós, por vocação, ou por aprendizado, e, através de
constantes diálogos e revezes, tentamos permutá-lo com nossos próximos, na
família, nas escolas, no trabalho, nas crenças, e, em maior extensão, nas
nações.
Não é fácil esta integração: sempre esbarramos com quem diverge das nossas boas
intenções. Então, por paradoxal que pareça, começa a nossa estratégica guerra, -
eu disse GUERRA -, para amansar gestos mais extremos. Aí, em angustiantes
reflexões e atitudes, aguardamos pacientemente as definições e manobras de
outros que consideram a paz um obstáculo ao progresso dos seus particulares
interesses, quer financeiros, quer políticos...
Desta percepção, concluo que o que até hoje se está praticando em nome da paz
reflete um quadro repetitivo de teimosos e caducos posicionamentos, enraizados
em perspectivas históricas e econômicas e dificilmente mutáveis a curto prazo.
Para superá-lo, a missão de todos, de cada um de nós, é pugnar pela criação de
uma disciplina ou orientação escolar, qualquer que seja seu nome, que, entre
outros objetivos, gere um pólo de irradiação de um aprendizado e de um
engajamento ligados à construção da paz. Um “Paz e amor” didático, oficializado.
Com persistência, devemos entregar-nos, pedagógica e apaixonadamente, por anos
tantos quanto essas idéias se incorporem ao dia a dia dos nossos públicos
conceitos, e reflitam, enfim, um procedimento normal do grupo-nação a que
pertencemos.
Por isso, lembro, na ocasião de “esquentadas” divergências políticas das
eleições presidenciais estaduais e municipais no Brasil, que o tema Educação tem
que ser meta fundamental nos programas partidários. O maior saber, como estamos
cansados de testemunhar, afasta as trevas de qualquer insegurança existencial em
todos os campos da cultura, e semeia horizontes mais otimistas para o bem estar
da comunidade.
Assim sendo, ao invés de ficarmos repetindo o conhecido chavão “o povo unido
jamais será vencido”, poderíamos também aperfeiçoá-lo, afirmando, ou mesmo,
gritando, em alto e bom som (ou tom), que “o povo instruído jamais será
vencido!”
Enfim, apesar do temor dos políticos quanto às sadias conseqüências do
aprimoramento intelectual dos seus possíveis eleitores, os caminhos para a paz
serão bem mais próximos do possível se, com idéias, palavras e exemplos, os
traduzirmos, tranquila e racionalmente, para a mente e comportamentos das
crianças e adolescentes das escolas do nosso País.
E começar, desde já!
(05 de agosto/2011)
CooJornal
no 747
Milton Ximenes é cronista, contista e poeta RJ
miltonxili@gmail.com
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