Meu marido insistia que eu estava abusando
da paciência do rapaz, algumas vezes pedindo-lhe textos em cima da hora.
Porém, eu não pensava assim. Achava que ele teria a liberdade de falar
quando algo não fosse possível, ou mesmo, que não quisesse fazê-lo. E,
certamente, eu compreenderia. Só que, para minha sorte e de nossos
leitores, ele nunca atrasou em sua correspondência, nunca falhou em seus
compromissos, nunca disse um não.
Já o tinha como um bom amigo, quando nos
convidou para jantar. Que alegria! O encontro seria em um agradável
restaurante perto de nossas casas e o reconhecimento não seria difícil,
pois já o vira em foto; se bem que foto de Internet não queira dizer
muito.
E lá fomos nós, Luiz e eu, andando até o
restaurante. Já perto, comecei a procurar por sua esposa – alta, loura,
de olhos azuis – conforme a descrição que recebera. Luiz me ajudava
nesta tarefa, tentando evitar que eu encarasse as pessoas com a
intensidade com que o fazia, procurando pelos olhos, pois louras, muitas
havia.
Mas... aquele homem forte, de olhar
também forte em nossa direção, devia ser o Francisco Simões. Acenos,
aproximação, abraços, beijos e, ora pois, o ora pois da descrição
era, então, um trocadilho? Sorri feliz, porque o que eu sentira era
exatamente o que eu via, era esta a mulher que eu imaginara, totalmente
diferente do que meu amigo brincalhão dissera.
Papo vai, papo vem, Simões e Irene com a
matraca solta, Zezé e Luiz – sábios - a observarem cuidadosamente a
veracidade de cada um e, acredito, ali a amizade real estabelecida, para
sempre. Para sempre, sim, espero!
Sendo a lealdade e o companheirismo seus
lemas primordiais, empunham, sempre, a nossa bandeira. Lutam por nós.
Quem tem amigos como esses não precisa de nada mais, já tem o mundo!
(09 de julho/2005)
CooJornal no 428
Irene Vieira Machado Serra
professora,
foniatra, psicóloga, editora da Revista Rio Total
RJ
irene@riototal.com.br