Ainda bem que o mundo não é tão pequenininho. E sei lá, muitos vão ficando pelo caminho. É até normal que sejamos naturais com esses fatos, mas nas solas dos sapatos gastos têm tanta história.

E suja o tapete ao pé da porta, emaranha vários afetos e os embola. E, no fim, ainda que não se vá embora, do lado de fora, já se faz mais uma história.

Dia seguinte calça os tênis pra partir, os mesmos que sabem mais do que nós sobre o nosso existir.

Cada passo que foi dado, tá marcado e anotado nas calçadas e eu pergunto a você:

- Isso não te assusta? Você não passou a noite em casa, não foi naquele tapete que você se limpou dos prazeres do frio e suas comorbidades. Ou comodidades.

Sei lá, me assusta pensar, que nem as botas justas calço pra dizer não.

Mas seria que precisa de sapato no apogeu da fantasia? Se marcam pegadas de sapatos enquanto estamos nas estrelas?

Entendo você não se importar. No final sou eu mesmo que gosta de problematizar.

Calçados ou não, não definirão se casados ou não.

Quando bater vontade, apenas não me venha só de meias.