Enéas Athanázio
NA CAPITAL DA ERVA-MATE
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Convidado pela Academia de Letras do Brasil, seção de Canoinhas, estive
naquela cidade no dia 31 de maio. Participei como palestrante da sessão
solene comemorativa do quinto aniversário da Instituição. A solenidade
transcorreu com brilhantismo, foi muito bem organizada e contou com a
presença de público considerável que não arredou pé do recinto até o final.
Houve a apresentação dos acadêmicos com referências aos patronos de suas
cadeiras, declamações e intervenção do coral da cidade. Na fala, recordei
com brevidade minha passagem pela cidade, onde fui Promotor Público e
professor, e fiz um resumo do panorama atual do regionalismo literário em
nosso Estado, corrente literária com a qual Canoinhas contribui com dois
expoentes: Fernando Tokarski e Mário Tessari.
Presidida pela
Professora Rosane Godói, a Academia é formada por um grupo idealista e
decidido. No seu primeiro quinquênio já exibe um rico rol de realizações em
favor da cultura em geral e das letras em particular. Entre seus membros
estão Adair Dittrich, Pedro Penteado e Andreas Costenaro, todos com livros
publicados e bem recebidos, além do referido Fernando Tokarski, historiador,
dicionarista e contista regional de primeira linha. É também dedicado
estudioso da erva-mate em todos seus aspectos, com ênfase na história e na
fase áurea que impulsionou o desenvolvimento da cidade, fomentando a riqueza
e o luxo e dando-lhe o merecido nome de Capital da Erva-mate. Graças à
superior qualidade da “Ilex paraguariensis” lá produzida, é exportada para
todos os recantos do país e também para o exterior. Comentei nesta coluna as
obras de Dittrich, Penteado, Tokarski e Tessari.
A cidade planaltina
de Santa Cruz de Canoinhas, a Ouro Verde de tantas histórias e lutas cresceu
e melhorou. Está bem cuidada, suas praças vicejam, é dotada de excelente
comércio e dispõe de importantes estabelecimentos de ensino em todos os
graus. A Biblioteca Pública e o Museu Histórico são bem administrados e
organizados. Durante a Guerra do Contestado (1912/1916), Canoinhas exerceu
papel fundamental e lutou por todas as formas para permanecer em nosso
Estado, tanto que seu lema é “Catharinensis semper!”.
O retorno a
Canoinhas, ainda que breve, foi dos mais agradáveis. Revi velhos amigos e
conheci pessoas, convivendo com eles momentos inesquecíveis. Minha esposa e
eu fomos festejados, abraçados e presenteados com o carinho típico da gente
serrana.
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Enéas Athanázio,
escritor catarinense, cidadão honorário do Piauí
Balneário Camboriú - SC
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