Semeada com retalhos de
horizonte, a estrada convida a colher as suas curvas em flor, e no epicentro
do vento em contra a felicidade brinca de esconde-esconde nas entrelinhas de
todas as promessas.
Estacionada na janela sem paisagem do tintim por tintim, a realidade tatua um
epitáfio sobre a epiderme de um curtido desencontro, e em silêncio agoniza sob
os restos sem viço de um ramalhete de respostas sem ouvintes.
Uma perplexidade curta e grossa pendura-se na bainha de um intransigente mau
agouro, e doidivana sobrevoa a cordilheira vertebral das íngremes ausências,
enquanto as hipóteses se rendem sem luta e feitas verbo ejaculam o seu último
suspiro .
Prudente, reduzo a velocidade e tento estacionar a aflição entre os lençóis da
minha cama, justo a tempo de poder testemunhar o instante em que o despertador
se espreguiça e sem delongas assina o atestado de óbito de outra noite mal
dormida.
(09 de julho/2005)
CooJornal
no 428