Bruno Kampel
AMIA: o veredicto
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A notícia:
Os juizes argentinos absolveram a todos os acusados do atentado contra a AMIA em
1994.
Minha opinião:
A sentença reflete o perfil da Argentina institucional de sempre. Um
“Establishment” marcadamente católico e anti-semita, por obra e graça da
perniciosa influência da velha igreja católica apostólica romana (a das longas
sotainas) e de uma arraigada e influente tradição germanófila que aninhou
principalmente no seio das instituições militares, as quais, valha a lembrança –
governaram o país durante meio século ou mais (incluindo os governos de Perón,
quem vendeu 50.000 passaportes argentinos aos prófugos nazistas e aos seus
familiares), e a Aliança Libertadora Nacional do famigerado Patricio Kelly, e o
jornal La Nación da tradicional família Mitre, e os livros de História que
contavam uma versão deturpada do passado, e os padres que nas classe de
catecismo ensinavam que os judeus são os assassinos de Cristo.
Não, não fiquei surpreso com o veredicto. Teria ficado agradavelmente surpreso
se ele fosse justo.
(10 de setembro/2004)
CooJornal
no 385
Bruno Kampel é analista político, poeta e
escritor.
Reside atualmente na Suécia.
bkampel@home.se
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