01/07/2024 Ano 27 Número 1.381
ARQUIVO
BRUNO KAMPEL
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Bruno Kampel
INSÔNIA
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Alma de cristal velando angústias de metal. Sonhos de
papel embrulhando o ódio sem quartel. Lembranças de coral gerando dores sem
moral.
Essa é a luta a disputa a labuta a contenda entre o ser e o seu
destino, entre o Amor e o seu verdugo, entre a noite e a sua insônia.
Boas intenções... duras traições... fundas ilusões... só desilusões, trazendo
a raiva e roendo o grito e lambendo o verso que esculpe sem rima essa espera
essa entrega, essa angústia que sem trégua aperta fundo e mansamente inunda
com calado pranto as olheiras trasnoitadas carregadas de partidas sem retorno,
de ausências sem motivo, de olhares carentes, clementes, silentes, dementes.
Assim fabrica a noite o seu discurso até que o sono se rebele e diga
basta!.. impondo mansamente a calma, anestesiando docemente a angústia,
inaugurando finalmente o sono.
Bruno Kampel, Suécia 1997.
Bruno Kampel
Advogado, escritor
Direitos Reservados.
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