24/10/2009
Ano 12 - Número 655
ARQUIVO
BRAZ CHEDIAK |
Braz Chediak
SOBRE FRASES E FORAS
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Está fazendo sucesso no You Tube a escorregadela que Maitê
Proença deu em Portugal. Nossa atriz, que cuspiu na fonte de um convento,
imitou canhestramente o bom sotaque lusitano, entre outras travessuras, já
pediu desculpas aos portugueses, mas o tititi parece que vai longe.
Escorregar é comum, mas fica mais evidente em quem faz sucesso como, por
exemplo, o jogador português, do Benfica, João Pinto, que disse a seguinte
jóia do pensamento neo liberal:
“O meu clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta:
deu um passo à frente.”
Bem, em se tratando de futebol qualquer frase é válida como nos demonstra
Vicente Matheus, eterno presidente do Corinthians, quando os jogadores
reclamaram que estavam treinando mais na piscina que no gramado:
“Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e
gramático.”
Aliás, Vicente Matheus também nos presenteou com as seguintes frases:
“O difícil, como vocês sabem, não é fácil.”,
''Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão.”
E, ao recusar oferta dos franceses que estavam interessadíssimos no nosso
grande Sócrates:
“O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.”
A coisa não para por aí. Até o nosso querido Dunga, ao sentir-se
pressionado pela imprensa e pelos torcedores, saiu com esta reclamação no
programa Terceiro Tempo:
“As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.”
Pois é, Dunga. É muita coisa para uma cabeça só. E, para não deixar o
esforçado técnico sozinho, aqui vão outras pérolas de nossos craques:
“Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG.” (Mengálvio,
ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa).
“Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana...”
(Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes do jogo de
despedida de Zico, o Galinho de Quintino).
“Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja.” (Jardel,
ex-atacante do Grêmio).
“O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom.” (Souza, meio-campo do São
Paulo, em uma entrevista ao Jogo Duro).
“A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto.”
(Jogador Fabão, assim que chegou ao Flamengo).
“Eu peguei a bola no meio de campo, fui fondo, fui fondo, fui fondo e
chutei pro gol.” (Jardel, ex- jogador do Vasco e do Grêmio, ao relatar a
um repórter o gol que tinha feito).
“Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.” (Novamente Jardel)
“Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.” (Claudomiro,
ex-meia do Inter de Porto Alegre, ao chegar em Belém do Pará para disputar
uma partida contra o Paysandu, pelo Brasileirão de 72).
“Nem que tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.” (Bradock, amigo de
Romário, reclamando de um passe longo).
“No México é que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias”
(Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos).
“Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.” (Zanata,
ex-lateral do Fluminense, ao comentar sobre a hospitalidade do povo
baiano).
Hospitalar ou não, não é só nos esportes que a galera pisa na bola. Na
política e nas artes o bestiário também é grande. Mas isso é assunto para
outra crônica. Ou para outro cronista. Até mais e...
... Saravá!!!
(24 de outubro/2009)
CooJornal
no 655
Braz Chediak,
cineasta e escritor
Três Corações, MG
brazchediak@gmail.com
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