04/04/2009
Ano 12 - Número 626


ARQUIVO
BRAZ CHEDIAK

 

 

Braz Chediak



RIR ENQUANTO É TEMPO

 

Nestes dias de crise, a melhor coisa para aliviar o stress é dar boas risadas. E isto acontece durante toda a leitura de O LIVRO DAS BOBAGENS, de Flávio Moreira da Costa, editado pela Francisco Alves em 2000 e que merece ser reeditado com urgência.

Flávio mais uma vez mergulhou fundo em suas pesquisas e com sua verve e talento de grande escritor nos trouxe verdadeiras jóias do humor que há muito estavam esquecidas.

Transcrevo algumas delas como presente aos leitores que, em sua maioria, estão em casa fugindo da chuva e do frio.

Começo com dois epitáfios que Flávio foi encontrar nas anotações da poetisa húngara Agnes Gergely:

AQUI JAZ UM MÉDICO
E EM VOLTA DELE AS PESSOAS
QUE ELE CUROU.

***

EM CASO DE RESSURREIÇÃO,
FAVOR LIGAR PARA
125-5435, RAMAL 76

***

Continuo com frases que Flávio pinçou de José Sesinando, humorista português:
“Os conferencistas ateus não têm Papas na língua”
“Cristóvão Colombo descobriu a América e o ovo”
“Talvez por andar nervoso, é isso que Minerva”
“Ou como dizia os romanos homossexuais: “Est modus in rabus””
“A Suméria teve uma cultura suméria. Portugal tem uma cultura sumária”
“Temos à nossa frente um brilhante passado”

E termino com esta historinha que faz parte do folclore do Rio de Janeiro e Flávio foi buscar nas CENAS CARIOCAS, de Nelson Barbante que, desconfio, é o próprio autor.

“Conta a lenda que Sérgio Porto, o popular Stanislaw Ponte Preta, uma noite qualquer da Copacabana dos anos 60, depois do expediente na ÚLTIMA HORA, parou seu carro no começo da Barata Ribeiro. Ele estava acompanhado por uma bela morena. Os dois se beijavam. Entre uma tomada de fôlego e outro beijo, Sérgio viu um carro passando bem devagar ao lado do seu, junto do meio fio. Deu para reconhecer uma amiga de sua mulher, logo a mais fofoqueira delas.
Sérgio Porto não hesitou, arrumou uma desculpa, despachou a morena e foi direto para casa. Convenceu a mulher para dar uma vota de carro, “há quanto tempo a gente não dá um passeio?”, e tanto fez que acabou parando no mesmo lugar da Barata Ribeiro. Beijou então a esposa, surpresa com a quebra da rotina.
Poucos minutos depois de voltarem para casa, não deu outra: a amiga da esposa ligava, “olha, você não vai acreditar, só conto porque eu sou tua amiga. O teu marido, o Sérgio, estava aos beijos com uma morena dentro do carro e...”
“Sei”, interrompeu a esposa, “por acaso não foi na Barata Ribeiro, perto da Duvivier?
“É... como é que você sabe?”, respondeu, surpresa, a amiga fofoqueira.

Agradecemos ao autor do livro, Flávio Moreira da Costa, que nos ajuda a rir, enquanto é tempo.


 
(04 de abril/2009)
CooJornal no 626


Braz Chediak,
cineasta e escritor
Três Corações, MG
brazchediak@gmail.com 

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