24/06/2006
Ano 9 -
Número 482
ARQUIVO
BRAZ CHEDIAK |
Braz Chediak
EXERCÍCIO DE DICÇÃO |
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Recebi do escritor Flávio
Moreira da Costa o texto abaixo com um lembrete que “apenas a língua
portuguesa permite escrever isto...” e, como achei um excelente
exercício de dicção para alunos de teatro e para todos aqueles que
desejam uma boa articulação, bem como uma brincadeira que pode ser feita
em qualquer sala de aula de português, resolvi passar adiante para que
nossas professoras o transmitam para seus alunos.
Eis o Texto:
Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor, português, pintava portas,
paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar
panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder
progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu
para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres.
Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas,
porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido,
porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão
para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto,
Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia
pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos
pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras
pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores
passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente
pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente,
possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios
pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza,
precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos,
preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profundas privações passou Pedro
Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões
passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente
por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava
Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar
patrícios, pintando principais portos portugueses. -Paris! Paris!
Proferiu Pedro Paulo. -Parto, porém penso pintá-la
permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo
procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província.
Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão
para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente
pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou
pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço
proferiu:
- Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas
pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas
porcarias?
- Papai, - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém,
preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar
perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.
Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos
pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para
praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte
precisaram pescar para poderem
prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém,
passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela
picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo
Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou
Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras
proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles
profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras,
porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar
pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios.
Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes
pintadas. Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando... Permita-me, pois, pedir
perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar
preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto
pararei.
(24 de junho/2006)
CooJornal
no 482
Braz Chediak,
cineasta e escritor
Três Corações, MG
brazchediak@gmail.com
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