01/03/2024
Ano 27
Número 1.357








ARTUR DA TÁVOLA
ARQUIVO


 

Artur da Távola


MENTIRA E VERDADE



Faz exatamente um ano, o ótimo jornalista Maurício Dias escreveu e lançou um livro “A Mentira das Urnas” com o subtítulo: “Crônica sobre dinheiro & fraude nas eleições”. Passados uns nove meses todo esse lixo moral que o País acompanha com desilusão ou nojo provindo justamente dos setores que mais ofenderam, atacaram e caluniaram irresponsavelmente, e hoje vivem a dor dupla do tiro que sai pela culatra. Todo esse lixo moral está mostrado de modo analítico (e sem ter nada com a conjuntura atual) no livro do Maurício Dias. Ele vai nas causas oriundas da legislação e de deletérias práticas brasileiras. Sugiro à Luciana Villasboas, bela, audaz e competente “comandanta” editorial da Editora Record, relançar o livro.

Fora do fogaréu de nomes e acusações da atualidade ali está uma análise funda das causas do problema. O que menos vejo ser abordado quando da atual exibição de cabeças decepadas e a sangrar exibidas três vezes por semana, para o público ávido de sangue (mas indignado...), é a análise das causas. Só lhe falta agora, ao Maurício, escrever a complementação com a causa das causas: o Brasil não evoluir para o parlamentarismo. Estivéssemos no parlamentarismo e a crise já estaria resolvida. Se você quer conhecer o problema por dentro, corra a ler o livro “A Mentira das Urnas” do jornalista Maurício Dias.

O BOTAFOGO - VERDADE
Tricolor dos bons, ex-atleta do clube, nada fanático, juro que me deu vontade de ser botafoguense neste passado fim de semana ao devorar o livro “BOTAFOGO 101 anos de histórias, mitos e superstições”, do também jornalista Roberto Porto, com seu bigode pré Olívio Dutra, seu tamanho de gigante e seu coração de cambaxirra. Que livro bom, sô! É da Editora Revan. Muito bem escrito, muito bem editado. fartamente ilustrado e mais que isso, com fotos oportunas, raras, fartas e indispensáveis para puxar o gatilho da memória afetiva de quem acompanha o futebol do Rio.

Todo jornalista sonha com três coisas: 1) abrir um restaurante; 2) vir a ser técnico de futebol e 3) escrever um livro sobre seu clube. Robertão escreveu o dele e o malandro do João Luis Albuquerque há três anos me promete e adia a biografia de Castilho, o maior goleiro que vi jogar em minha vida. E vejam que o Botafogo tem grandes exegetas como o Armando Nogueira, Sandro Moreyra, João Saldanha e mais recentemente o Sérgio Augusto. É time de intelectuais de esquerda, com núcleos da classe média e algum povão: um amálgama bem carioca.

O livro do Robertão é uma delícia. Ali se revivem histórias notáveis, uma grande precisão nas pesquisas e nada de chatices no texto: só registros verdadeiros e saborosos de ler num estilo direto e invejável. Corra a conhecer antes que acabe.


Enviado pelo autor em 27/08/2005, para o CooJornal nº 435 da Revista Rio Total.

 

I.m. Artur da Távola escritor, poeta, radialista
RJ


Direitos Reservados. É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor.